Alunos de Direito da USP protestam com ‘saiaço’

Nem terno, nem gravata. Estudantes do tradicional curso de Direito da USP resolveram ir para a faculdade vestidos de saias floridas. O protesto, prometido desde a semana passada, ocorreu nesta quinta-feira (16) no Largo São Francisco, centro de São Paulo. A manifestação ocorre em apoio a um estudante da USP Leste que no final de […]

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Nem terno, nem gravata. Estudantes do tradicional curso de Direito da USP resolveram ir para a faculdade vestidos de saias floridas. O protesto, prometido desde a semana passada, ocorreu nesta quinta-feira (16) no Largo São Francisco, centro de São Paulo. A manifestação ocorre em apoio a um estudante da USP Leste que no final de abril foi hostilizado por colegas nas redes sociais por ter ido às aulas vestido de saia.

Segundo estudantes, cerca de 30 pessoas participaram do protesto na Faculdade de Direito iniciado no final da manhã. Alguma alunas também se manifestaram em apoio à causa, utilizando acessórios masculinos. “É importantíssimo um protesto como esse. Hoje a saia entrou no lugar da calça, mas o blazer resolvi manter”, diz Matias Vale, de 24 anos, aluno da SanFran – como é conhecida a instituição.

De acordo com o aluno do 2º período da SanFran, Matheus Ribas, o protesto visa sinalizar de forma contrária as ofensas recebidas pelo estudante da USP Leste. “Sabemos que as ofensas tem traços de preconceito e são relacionadas à homofobia. É preciso reprimir posturas como essas”, diz Ribas.

Para o calouro João Henrique D´Ottaviano Sette, de 18 anos, trata-se de um ato de solidariedade. “Estamos nada mais que manifestando nossa solidariedade ao colega da USP Leste”.

O estudante, no entanto, acrescenta que é importante trazer temas como a intolerância para a discussão dentro da universidade. “Sabemos que se sairmos dos muros da faculdade com saias, seremos hostilizados pela sociedade e podemos até ser agredidos por isso”, afirma Sette.

Segundo outro aluno, que preferiu não se identificar, a opressão ainda é muito “grande” não apenas na sociedade como dentro da própria universidade. “As pessoas precisam se dar conta que roupa não tem gênero. Nem reflete comportamentos tão estritos. Infelizmente aqui na faculdade ainda há muita opressão também”, diz o jovem.

Estudantes de outros cursos da USP prometem ampliar o protesto na noite desta quinta tanto na São Francisco, quanto no câmpus da zona leste e na Cidade Universitária.

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