Pelo menos cinco acusados pelo caso do massacre em Curuguaty, caso que deu origem ao processo que culminou com o impeachment do ex-presidente Fernando Lugo em junho do ano passado, anunciaram que iniciarão uma greve de fome nesta sexta-feira. Eles estão detidos no presídio de Coronel Oviedo aguardando julgamento e afirmam que o protesto é para “exigir justiça”. As informações são do jornal Ultima Hora.

O advogado Vicente Morales disse ao diário que Rubén Villalba, um dos acusados, foi quem comunicou que ele e os demais processados começarão o protesto “reivindicando sua liberdade e direito de defesa”. Morales afirmou que a defesa não está de acordo com essa decisão, mas vai acompanhar de perto a situação.

A audiência preliminar do enfrentamento entre policiais e agricultores em Marina Cué, que terminou com a morte de 17 pessoas, será no dia 14 de fevereiro, em Curuguaty.

O massacre

Em maio de 2012, uma fazenda de propriedade Blas N. Riquelme, ex-presidente do Partido Colorado, foi ocupada por cerca de 100 campesinos para protestar contra a falta de terras agrícolas no departamento de Canindeyú. Após três semanas, o Ministério da Justiça ordenou a desocupação da propriedade. A operação resultou em enfrentamentos violentos entre os manifestantes e a força policial. O saldo final foi de 11 campesinos e seis policiais mortos.

O então presidente Fernando Lugo manifestou respaldo à ação policial. O caso provocou a queda do ministro da Justiça e, dias depois, foi instalada uma comissão para investigar as circunstâncias do massacre. No processo de impeachment votado pelo Senado nas semanas seguintes, Lugo foi responsabilizado pelo massacre e retirado da presidência.