Algumas das ex-companheiras de Mari na seleção brasileira feminina de vôlei deram razão ao desabafo da atleta e confirmaram que o clima do elenco com o técnico José Roberto Guimarães não era bom na Olimpíada de Londres.

Mari disse, em entrevista à revista Isto é 2016, que foi injustiçada pelo comandante do time e que não pretende mais defender a equipe nacional. Afirmou que o ambiente das jogadoras com o técnico estava desgastado e que o ouro olímpico foi fruto apenas da união das jogadoras.

De forma discreta e sem procurar atacar o técnico, as atletas demonstraram que havia uma distância na relação e dizem que a ex-companheira tem razão no que disse.

“A Mari estava lá dentro e sabe de tudo o que aconteceu. Ela estava lá dentro. O que aconteceu fica no passado e não tem que sair de fora do grupo. O que aconteceu lá, fica lá. Cada uma expõe da maneira que achar melhor. A gente, de fato, estava distante em chegar pra falar com ele. Acho que pelo desgaste do ciclo e o nervosismo. Eu mesma, como capitã, tinha dificuldades”, falou a meio-de-rede Fabiana.

“O clima realmente estava ruim. 2011 foi um ano tenso para a gente, estávamos chateadas por não termos conseguido a vaga pela Copa do Mundo”, completou a líbero Fabi.

Uma jogadora que preferiu não se identificar afirmou que o clima realmente não era bom, principalmente em função da vaidade das atletas para com o treinador. E que ficou ainda mais complicado após o corte da levantadora Fabíola, às vésperas da viagem da seleção para a Inglaterra. Segundo essa jogadora, o grupo não gostou como o corte de Fabíola foi feito, no aeroporto, após o desembarque da seleção na volta do Grand Prix feminino.

Mari também ganhou o apoio de Sheilla, que foi apontada como um dos pivôs do corte da ponteira por causa de uma suposta má relação entre as duas jogadoras. Tanto Mari quanto Sheilla negam qualquer tipo de atrito.

“A Mari sabia porque ela estava lá dentro. Não vou desmentir nada do que ela disse, porque estava lá dentro e sabia de tudo o que acontecia. Ela tem razão no que disse.”

Zé Roberto optou pelo corte de Mari três semanas antes da Olimpíada. Na ocasião, alegou que as coisas não andaram bem e que não sentia ‘a mesma energia da atleta’. O técnico, então, optou por levar Tandara como reserva de Sheilla e ter Natália, que se recuperava de cirurgia, como opção na ponta.

Mari, porém, insiste que até agora não entende o motivo de ter ficado fora da campanha que valeu o bicampeonato olímpico para a seleção brasileira.

“Eu acho que é fácil pra ele falar certas coisas, que minha energia não era boa, que ele me deu toques. Agora, fica na consciência dele. Passei três ciclos olímpicos para, no último minuto, ser cortada. O Zé Roberto não se importou com o que acrescentei à seleção. Ele agiu muito mal”, reclamou.

De acordo com o site Uol Esportes a situação de Mari estava complicada na seleção. Pessoas próximas ao grupo relatam que durante a preparação para os Jogos ela chegou a deixar a concentração em Saquarema para dormir fora, sem dar satisfações. A situação não foi bem aceita inclusive por algumas jogadoras.

Entre a comissão técnica, era unanimidade que Mari não vinha rendendo o que podia. Em São Carlos, ela ficou fora do Pré-Olímpico pois estava com três lesões e precisava se tratar. Quando se recuperou fisicamente, deixou a desejar dentro de quadra. Internamente, o discurso era de que valia muito mais a pena levar Tandara a Londres do que Mari. Agora, tudo ficou no passado para a ex-camisa 7 da seleção.