Levantamento feito pelo Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco aponta que municípios pernambucanos pagam salários a um traficante condenado, a servidores que moram a milhares de quilômetros do local de trabalho e a 450 funcionários públicos mortos. Somente entre 2009 e 2010, teriam sido desperdiçados R$ 300 milhões em casos como esses. Com Recife à frente nas irregularidades, Pernambuco tem 159 (86% dentre os 184 totais) municípios respondendo a processos no TCE. As informações são do Fantástico.

Verdejante, no sertão, paga mensalmente o presidiário Severino Dantas de Sá, que esteve foragido após fugir do regime semi-aberto em Brasília, onde cumpria sentença de sete anos de prisão por tráfico de drogas. Ele diz ter trabalhado na prefeitura entre 2009 e 2010 sem que o prefeito, seu primo, soubesse que ele deveria estar preso. Em Belém, o Ministério Público investiga desde 2011 a contratação de fantasmas pela Assembleia Legislativa do Pará, onde um primeiro levantamento encontrou cerca de 100 funcionários fantasmas, em prejuízo que já chega a R$ 20 milhões.

O golpe usava pessoas que não sabiam que constavam na folha de pagamento. “Muitas não sabem nem onde fica o prédio da Assembleia Legislativa”, diz o promotor Arnaldo Azevedo. Em Cuiabá, uma auditoria da Secretaria de Fazenda de Mato Grosso achou 32 fantasmas, sendo 31 coniventes com a fraude.