Os servidores do Ministério das Relações Exteriores encerraram nesta segunda-feira a paralisação das atividades após reunião realizada entre representantes da categoria e da Secretaria de Relações de Trabalho (SRT) do Ministério do Planejamento, ocorrida no domingo.

O Sinditamaraty, sindicato dos servidores do ministério, informou que, de acordo com o Planejamento, “existe vontade política” de atender às reivindicações, que envolvem aumento salarial e mudança na forma de pagamento dos salários. A categoria realizará na terça-feira assembleia para decidir se aceita ou não o reajuste salarial de 15,8% em três anos oferecidos pelo governo.

Já os funcionários do Banco Central (BC) decidiram nesta segunda-feira marcar para terça-feira nova assembleia para votar se aceitam a proposta de reajuste do governo, apresentada à categoria no sábado. As assembleias que ocorreram nesta segunda-feira nas nove regionais do BC não chegaram a um consenso sobre a proposta oficial.

Também na terça-feira os servidores do BC decidem se entram em greve caso a proposta oficial seja recusada. Aos servidores da instituição, o secretário de Relações de Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, ofereceu o mesmo reajuste apresentado às demais categorias, com exceção dos professores: 15,8% nos próximos três anos.

O presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) no Distrito Federal, José Ricardo da Costa e Silva, disse que o posicionamento mais “inteligente” seria recusar a proposta do governo e deixar a greve para 2013, como antecipou o presidente nacional do Sinal, Sérgio Belsito, na sexta-feira.

Corte do ponto da PF

A Advocacia-Geral da União (AGU) derrubou nesta segunda-feira a liminar judicial que impedia o corte do ponto dos policiais federais do Rio Grande do Sul. A proibição do corte tinha sido obtida pelo Sindicato dos Policiais Federais do Rio Grande do Sul (Sinpef/RS) no Tribunal Regional Federal da 4ª Região na última terça-feira.

O corte do ponto dos agentes da PF, que equivale ao não pagamento integral do salário, foi solicitado pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ao diretor-geral da PF, Leandro Daiello, após a realização da “operação sem padrão” no início da semana passada.

Dos 11,5 mil pontos cortados em agosto, nenhum diz respeito aos policiais federais, já que a greve da categoria foi deflagrada no começo de agosto e o corte se refere aos dias parados em julho.

Demanda de R$ 25 bilhões

A direção dos Correios terá nesta terça-feira reunião com representantes do sindicato dos servidores da estatal para negociação do reajuste salarial para 2013. A demanda dos servidores pode elevar folha de salários em R$ 25 bilhões. A proposta inicial de 3% foi recusada pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect). Os servidores pedem reajuste de 43,7%, elevação do piso salarial para R$ 2,5 mil e concessão de aumento de R$ 200 a todos os funcionários.

Por meio da assessoria, a diretoria da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) informou que “somente os itens econômicos dessa pauta, se atendidos, gerariam acréscimo de até R$ 25 bilhões na folha de pagamento da ECT, que tem previsão de receita de R$ 15 bilhões para 2012”. Além disso, segundo informações da empresa, a categoria acumula aumento salarial de 35% nos últimos nove anos.