A criatividade e o talento em prol do meio ambiente e da ressocialização. Assim está sendo o trabalho desenvolvido no Estabelecimento Penal de (EPB), onde paletes de madeira, provenientes de caixas que seriam jogadas fora, são matéria prima para a produção de mesas e bancos articulados.

O projeto, além de representar uma excelente ideia de reaproveitamento de materiais, ainda contribui para a ocupação produtiva dos internos e, consequentemente, com a reinserção social.

A atividade, que teve início na unidade penal há cerca de 40 dias, ainda acontece de maneira bem artesanal, tendo no momento apenas dois internos trabalhando na produção dos móveis. Segundo o diretor do EPB, Eidimar Prado de Freitas, a intenção é instalar uma estrutura de marcenaria no presídio e colocar mais reeducandos para trabalhar. “Já temos o espaço para a marcenaria, mas ainda necessitamos de alguns equipamentos para colocá-la em funcionamento; estamos em busca de parcerias e doações”, comenta o diretor.

Para a produção dos móveis são utilizados pedaços de madeira das caixas utilizadas por uma empresa que confecciona materiais para festas e que tem uma oficina montada dentro do estabelecimento prisional, ocupando mão de obra dos custodiados. “Além das caixas que sobram aqui no presídio, também buscamos outras que sobram na sede da empresa para montarmos os móveis”, explica Prado.

Conforme o dirigente, as mesas e cadeiras produzidas são destinadas a parcerias estabelecidas com o presídio, e o dinheiro arrecado é revertido em prol dos reeducandos que trabalham na produção e para a compra de materiais necessários à montagem e acabamento das peças, como parafusos, lixas e verniz.

Atualmente no EPB, cerca de 70% dos reeducandos estão inseridos em atividades laborais. Além da produção dos móveis, os internos também trabalham em setores como padaria, cozinha, serviços de manutenção e limpeza, entre outros.

Uma das principais atividades acontece por meio de parceria entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e a empresa “Regina Festas”. No barracão instalado no presídio, 21 reeducandos trabalham na separação e embalamento de artigos para festas. Esse trabalho, além de proporcionar remição de um dia na pena imposta a cada três trabalhados — como estabelece a Lei de Execução Penal (LEP) — garante ainda remuneração aos trabalhadores.

Na unidade, também existe uma extensão da Escola Estadual Polo “Professora Regina Anffe Nunes Betine”, com oferecimento de ensino regular aos internos por meio do sistema de Educação de Jovens e Adultos (EJA), com, aproximadamente, 14% dos internos em sala de aula.

“Apostamos na ocupação produtiva de nossos reeducandos como uma forma de manter a disciplina e prepará-los para retorno ao convívio em sociedade”, destaca o diretor Eidimar Prado.