Ontem o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) determinou a suspensão da queima de palha de cana-de-açúcar em plantações de 18 municípios da região sul de Mato Grosso do Sul, mesmo assim a cidade de Fátima do Sul que é uma das cidades suspensas amanheceu forrada de fuligens (cinzas) da queima da palha.

Uma dona de casa reclamou ao jornal Fátima News a situação em que se encontrava o o quintal de sua residência.

A mulher disse que estará entrando com ação junto ao Ministério Público sobre o fato “Essa não é a primeira vez, ontem lavamos tudo aqui em casa e hoje amanhece desse jeito, o serviço todo perdido e vou ter que fazer tudo de novo, vou tomar as providência junto ao ministério público”, enfatizou ela.

Em outra residência as cinzas da palha da cana deixou a piscina totalmente tomada pelas cinzas.

A determinação do TRF é uma ação movida pelo MPF e que se arrasta desde 2010 na Justiça Federal. A Procuradoria já havia conquistado uma primeira vitória, mas um recurso impetrado pelo Sindicato das Indústrias da Fabricação do Álcool do Estado de Mato Grosso do Sul e pelo próprio Executivo estadual havia derrubado a liminar.

Dentre os argumentos utilizados pelos promotores para combater a queima, houve menção a um estudo sobre os riscos para a saúde dos trabalhadores envolvidos no corte. “A queima da cana emite substâncias de alto poder cancerígeno, podendo ocasionar ainda transtornos mentais, labirintite, arritmias cardíacas, bronquite, pneumonia, edema pulmonar, insuficiência renal aguda, conjuntivite, parada cardíaca, neurite óptica e doença tóxica do fígado”, alegou o MPF.

Além disso, foram apontados danos ao meio ambiente, causados pela liberação de nitrogênio, monóxido e dióxido de carbono, ozônio, metano e o dióxido de enxofre durante a queima da palha. “Até para a atividade agrícola a queimada é prejudicial, pois diminui a fertilidade do solo e a produtividade das lavouras, provoca crescimento exagerado de pragas, o que leva ao uso intensivo de agrotóxicos”.