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Principal desafio para combater a tuberculose é reduzir o número de pacientes que abandonam o tratamento

Diminuir a taxa de abandono do tratamento contra a tuberculose é o principal desafio do país no combate à doença, segundo afirmou o coordenador do Programa Nacional de Controle da Tuberculose do Ministério da Saúde, Draurio Barreira. De acordo com dados do ministério, nove em cada 100 pacientes que iniciam o tratamento não o levam […]
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Diminuir a taxa de abandono do tratamento contra a tuberculose é o principal desafio do país no combate à doença, segundo afirmou o coordenador do Programa Nacional de Controle da Tuberculose do Ministério da Saúde, Draurio Barreira. De acordo com dados do ministério, nove em cada 100 pacientes que iniciam o tratamento não o levam até o fim. 

O máximo tolerável, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é quase a metade disso: cinco em cada 100.

Embora a taxa de incidência da tuberculose venha caindo no país nas últimas décadas – atualmente é de 37,7 casos para 100 mil habitantes – ainda morrem a cada ano cerca de 4.800 brasileiros em função da doença, na maior parte das vezes porque o paciente não concluiu o tratamento. 

“O número de mortes por tuberculose no país representa apenas um décimo da mortalidade mundial, mas é um número absoluto que nos preocupa, porque se trata de uma doença que tem diagnóstico simples, tratamento altamente eficaz e medicamento gratuito oferecido pelo SUS [Sistema Único de Saúde]. 
A gente não deveria ter esse número e de fato muito se deve ao abandono do tratamento.”

Barreira explicou que a adesão ao tratamento, inversamente proporcional ao abandono, é fundamental para quebrar a cadeia de transmissão da doença e evitar o aumento de resistência da bactéria causadorada enfermidade, o bacilo de Koch.

“Muitas pessoas abandonam o tratamento, que leva em média seis meses, nas primeiras semanas, que é quando têm a sensação de estarem curadas, porque sentem-se melhores, ganham apetite e peso. Isso ocorre porque a carga do bacilo diminui, mas com o abandono essa carga volta rapidamente e pior ainda, muitas vezes já com característica de resistência”, ressaltou.
Ele destacou que o fortalecimento da atenção básica, como as ações do Programa Saúde da Família, do governo federal, executado pelos municípios, pode contribuir para reverter esse quadro. Barreira explicou que para monitorar a gestão dos municípios e o desempenho da atenção básica no tratamento da tuberculose, técnicos do ministério obedecem a um cronograma estabelecido para visitar a cada dois anos todos as 181 cidades consideradas prioritárias nessa área.
A superintendente de Unidades de Saúde da secretaria municipal do Rio, Betina Durovni, citou a comunidade da Rocinha, na zona sul do , como um caso de sucesso em termos de redução das taxas de abandono do tratamento. 
Embora o local lidere o número de casos de tuberculose no município, com cerca de 300 ocorrências por 100 mil habitantes, o fortalecimento da atenção básica, especialmente com a implantação de uma clínica da família que garante cobertura de 100% da população residente na comunidade, contribuiu para que taxa de cura superasse o patamar recomendado pela OMS, que é de 85%. 
Segundo ela, esse movimento está diretamente relacionado à redução no índice de abandono do tratamento. “É como se fossem dois pratos de uma mesma balança. Quanto menor o abandono, maior a cura, porque o tratamento, embora simples, é longo, leva em média seis meses, por isso o acompanhamento das equipes de saúde é tão importante, para garantir que o paciente não desista antes da cura total.” 
A superintendente da Secretaria Municipal de Saúde acrescentou que durante esse período, o paciente precisa tomar regularmente a medicação, fornecida gratuitamente pelo Ministério da Saúde e disponibilizada nas unidades municipais. 
Para a dona de casa Sueli, moradora de uma comunidade da zona sul do Rio, a orientação dos profissionais na unidade de saúde onde buscou atendimento foi fundamental. Ela, que pediu para não ter o sobrenome identificado por medo de ser alvo preconceito, está em tratamento há um mês contra a tuberculose.

“Foi fundamental, porque eu fiquei muito assustada no início. 

Mas quando tive o diagnóstico, os profissionais me orientaram, dizendo que a tuberculose não é um bicho de sete cabeças, mas que eu tinha que seguir todo o tratamento e tomar os medicamentos todos os dias, certinho”, contou ela, que embora já sinta redução nos sintomas, garante que não vai abandonar o procedimento até ter certeza da cura. 
O governo do Rio de Janeiro também prepara um plano de combate à tuberculose e à aids, que piora a condição do paciente, já que reduz sua imunidade e o deixa mais suscetível a contrair a doença. A iniciativa seria lançada este mês, mas por “problemas logísticos” foi adiada para maio. 
De acordo com o superintendente de Vigilância Epidmiológica e Ambiental da Secretaria Estadual de Saúde Alexandre Chieppe, o plano prevê uma pactuação política com municípios fluminenses para garantir maior capilaridade das ações de controle da doença no estado. 
Ele disse que mais detalhes sobre o plano serão divulgados no momento do lançamento.

“A tuberculose é um importante problema de saúde pública no Rio e merece um enfrentamento mais contundente para reduzir os casos.” 

De acordo com dados do Ministério da Saúde, com aproximadamente 11 mil novos casos da doença a cada ano, o estado lidera o ranking de incidência nacional da tuberculose. Enquanto a média nacional é de 37,7 casos por 100 mil habitantes, no Rio de Janeiro ela chega a quase o dobro: mais de 70 ocorrências por 100 mil habitantes.

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