Policiais rodoviários federais em greve deverão recusar a proposta do governo federal para o fim da paralisação, nesta segunda-feira (27), em reunião marcada para as 16h no Ministério do Planejamento. O governo ofereceu o percentual de 15,8% de reposição, escalonado em três anos, a exemplo do que já foi feito a outras categorias do funcionalismo público federal.

Segundo o diretor jurídico da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (Fenaprf), Jorge Falcão, a proposta do governo “é vazia”, uma vez que não contempla a reestruturação de carreira requerida pela categoria.

“A proposta do governo não corrige nem de perto as distorções dos últimos anos. Nossas perdas estão em cerca de 40%, mas precisamos da reestruturação e da atribuição de nível superior aos cargos –por um equívoco de uma lei de 2008, ele é intermediário”, disse Falcão.
Ainda segundo o diretor, todos os Estado aderiram à paralisação com a suspensão parcial das atividades. Acidentes que envolvam vítimas e obstruções de rodovias, estima a federação, são as duas atividades que mais teriam sido afetadas pela greve.

“Temos hoje um quadro de 9.000 policiais rodoviários federais, quando, previsto em lei, deveríamos ser 13 mil. Por isso, nessas condições, não achamos adequado manter sequer um mínimo trabalhando durante a paralisação [a exemplo da Polícia Federal, que manteve o mínimo de 30% exigido em lei]”, afirmou Falcão.

Conforme a Fenaprf, hoje o salário inicial de um policial rodoviário federal é de cerca de R$ 5.800.

Greve da Polícia Federal

Amanhã, a reunião no Ministério do Planejamento será com os servidores administrativos da PF, marcada para o meio-dia. A categoria também pede reestruturação da carreira, além de recomposição dos salários e abertura de novo concurso para reforçar os quadros.

Já a greve de agentes, escrivães e papiloscopistas da PF será avaliada hoje, às 14h, em uma vídeoconferência entre a Fenapep (Federação Nacional dos Policiais Federais) e sindicatos da PF nos Estados.

A categoria pede a reestruturação de carreiras e atribuição de nível superior a elas –atualmente, é nível médio –, o que o governo diz não ter condições de bancar.

Graças a uma liminar do STJ (Superior Tribunal de Justiça) concedida ao Ministério da Justiça, os grevistas da PF estão impedidos de fazer operações-padrão, sob pena de as entidades que os representam arcarem com uma multa diária de R$ 200 mil.