A presidente do CRMV (Conselho Regional de Medicina Veterinária), Sibele Luzia de Souza Cação teve seu mandato cassado por defender o tratamento da leishmaniose, conforme a nota oficial divulgada no fim da tarde desta terça-feira (18) no site do Conselho Federal de Medicina Veterinária.

Em nota, o Conselho Federal informou que em agosto deste ano, a presidente foi a público para defender e incentivar o tratamento da Leishmaniose Visceral Canina, por meio de entrevistas concedidas à imprensa e da divulgação do assunto nos veículos de comunicação interna do CRMV/MS (portal e informativo institucional).

Confira a nota na íntegra:

“Frente aos questionamentos sobre os motivos que levaram à cassação do mandato da ex-presidente do Conselho Regional de Mato Grosso do Sul (CRMV/MS), o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) esclarece:

Em agosto deste ano, a presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Mato Grosso do Sul, à época, Dra. Sibele Luzia de Souza Cação, foi a público para defender e incentivar o tratamento da Leishmaniose Visceral Canina, por meio de entrevistas concedidas à imprensa e da divulgação do assunto nos veículos de comunicação interna do CRMV/MS (portal e informativo institucional).

Tal posicionamento teve como desdobramento uma representação encaminhada pelo Ministério Público Federal do Estado do Mato Grosso do Sul (MPF/MS) ao Conselho Federal de Medicina Veterinária. O CFMV e todo o Sistema CFMV/CRMV’s, que compreende os 27 Conselhos Regionais de Medicina Veterinária em todo o País, entende que o tratamento da Leishmaniose Visceral (LV) em animais está efetivamente proibido, pois, atualmente, não existe nenhum medicamento fabricado ou certificado no País que seja eficaz no tratamento e na cura da LV.

O posicionamento institucional do Sistema CFMV/CRMV’s atende à legislação federal, sanitária e criminal; e à determinação do Ministério da Saúde e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por meio da Portaria Interministerial n° 1.426/2008, que classifica a eutanásia como único recurso seguro no combate à doença.

Dessa forma e com base nos esclarecimentos citados, o CFMV entende que o posicionamento adotado pela ex-presidente do CRMV/MS contrariou os aspectos técnicos e éticos do tema, vulnerabilizando a sociedade e confrontando o papel institucional e social do Sistema CFMV/CRMV’s. O Conselho Federal entende, ainda, que o Médico Veterinário tem um papel extremamente importante para a saúde humana e deve atuar, também, para garantir a segurança da população.

O Conselho Reginal de Medicina Veterinária de Mato Grosso do Sul passa a ser presidido pelo vice-presidente, sr. Eduardo Arteiro Marcondes”.