Presidente diz que Sony “vai mudar”, e mira outros segmentos
Menos de duas semanas após assumir como presidente-executivo da Sony, Kazuo Hirai delineou nesta quinta-feira sua estratégia para recuperar a companhia, que terá como base os dispositivos eletrônicos moveis -celulares, videogames e câmeras- e uma divisão de equipamentos hospitalares com vendas anuais de 1,2 bilhão de dólares. Além de buscar investimentos estratégicos em novas ár…
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Menos de duas semanas após assumir como presidente-executivo da Sony, Kazuo Hirai delineou nesta quinta-feira sua estratégia para recuperar a companhia, que terá como base os dispositivos eletrônicos moveis -celulares, videogames e câmeras- e uma divisão de equipamentos hospitalares com vendas anuais de 1,2 bilhão de dólares.
Além de buscar investimentos estratégicos em novas áreas, o plano de recuperação prevê o corte de cerca de 10 mil postos de trabalho em todo o mundo no atual ano fiscal, na tentativa de reverter os fortes prejuízos que a empresa vem sofrendo, decorrentes principalmente da unidade de televisores.
Hirai, que substituiu Howard Stringer este mês, dobrou a projeção de prejuízo anual da Sony, para o recorde de 6,4 bilhões de dólares, e está sob intensa pressão para resolver os problemas da deficitária divisão de televisores, em meio à crise vivida pela companhia que vem sofrendo graves derrotas diante da Apple e da sul-coreana Samsung Electronics.
“Ouvimos os apelos dos investidores por mudanças”, disse Hirai em entrevista coletiva superlotada na sede da Sony em Tóquio. “A Sony sempre teve espírito empreendedor. E esse espírito não mudou”.
A Sony e outras fabricantes japonesas de televisores, como Sharp e Panasonic, vêm sendo prejudicadas por fatores como demanda fraca, concorrência maior e iene mais forte, tornando as exportações menos competitivas.
As três empresas devem anunciar prejuízo combinado superior a 21 bilhões de dólares para o ano fiscal encerrado em 31 de março -o que supera o valor de mercado da Sony, que diminuiu em mais de 20 por cento no último mês.
A Samsung tem valor de mercado dez vezes mais alto, e a Apple, que executivos da companhia japonesa consideraram adquirir nos anos 90, hoje vale 30 vezes mais que a Sony.
“Não parece que haverá mudanças agressivas”, disse Tetsuro Ii, presidente da Commons Asset Management, que administra 33 milhões de dólares em ativos e não detém ações da Sony. “Não há um mapa definido sobre o caminho que tomarão para reviver suas operações de eletrônicos ou para criar valor novo”.
Além da demissão de 10 mil funcionários, equivalente a 6 por cento do quadro mundial da empresa, a Sony afirmou que irá contabilizar provisão de 75 bilhões de ienes (926 milhões de dólares) para reestruturação no ano fiscal até março de 2013.
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