Policiais militares e agentes prisionais descobriram, na tarde de quarta-feira (17), um plano de fuga do ex-cabo da Polícia Militar, Hércules Araújo Agostinho, do raio cinco da PCE (Penitenciária Central do Estado), no bairro Paschoal Ramos, em Cuiabá.

Hércules ganhou fama como um dos principais pistoleiros do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, o “Comendador”, que foi apontado como chefe do crime organizado em Mato Grosso e está preso em Campo Grande (MS).

Conforme MidiaNews apurou, os policiais responsáveis pela segurança do presídio receberam, por volta de 17h, a informação de que o pistoleiro tentaria uma fuga durante a madrugada. Durante revista na cela do raio cinco, os PMs e agentes perceberam que as grades já estavam serradas.

Além disso, o ex-policial estava de posse de uma corda artesanal, feita de lençóis – conhecida como “maria-tereza”, que seria usada para pular o muro da unidade prisional.

Na cela, além de Hércules, estava outro ex-policial militar, conhecido como “Ratão”, que também ia tentar escapar.

A Sejudh (Secretaria de Justiça e Direitos Humanos) confirmou a ação e informou que já foram tomadas as medidas necessárias. As grades já foram recolocadas no local.

A Secretaria também confirmou um apagão, que durou cerca de meia hora, na quarta-feira. A energia foi reestabelecida logo em seguida pela Rede Cemat.

Foi descartado a possibilidade do apagão ter sido causado em virtude do plano de fuga.

A assessoria informou que foi aberto um processo disciplinar para avaliar a conduta dos presos. A situação será relatada na ficha de detenção dos reeducandos.

O plano frustrado pode ocasionar o aumento nas condenações de Hércules e do parceiro de cela.

Pistoleiro

Hércules, conhecido como “braço armado” do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, já cumpriu nove dos 117 anos aos quais já foi condenado por seis homicídios – sendo um deles, o do empresário Sávio Brandão, que era proprietário do jornal Folha do Estado, na Capital.

Em março de 2012, Hércules foi considerado culpado pelos assassinatos de Rivelino Jacques Brunini e Fauze Rachid Jaudy e pela tentativa de homicídio contra o pintor Gisleno Fernandes.

Por esses homicídios, Hércules foi condenado a mais 45 anos e dois meses de reclusão, a serem cumpridos, inicialmente, em regime fechado, tendo ainda que arcar com os custos processuais.