A obra vem sendo anunciada desde 2009, mas a assessoria de comunicação da prefeitura garante que não há projeto pronto para apresentar à Caixa Econômica Federal. Apesar disso, o diretor presidente da Agetran, Rudel Trindade, havia anunciado durante seminário sobre mobilidade urbana no ano passado a construção da obra com recursos do PAC 2.

Prometido desde 2009, a pasagem subterrânea que deveria ser construída na avenida Mato Grosso com a Via Parque não está incluída no plano de obras do PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento 2), que investirá R$ 180 milhões em Campo Grande.

Durante o seminário “Transporte, trânsito e mobilidade urbana”, realizado no dia 28 de agosto de 2011, o diretor presidente da Agetran, Rudel Trindade, garantiu que o projeto seria encaminhado com recursos do PAC 2. “É um projeto caro, custoso, demorado, mas está encaminhado”, disse.

Em 2009, a obra foi cogitada para estar dentro do primeiro repasse do PAC, mas foi descartada. A mudança no projeto, negada pelo prefeito, teria sido motivada por pressão empresarial de grupos instalados na região, como a Plaenge Construtora e Incorporadora.

Em resposta aos possíveis interesses em não construir um viaduto por causa das torres em
construção da Plaenge, Rudel disse que não havia a hipótese de não se fazer a obra. “Nós só precisávamos do dinheiro. Temos agora o PAC 2 e esta obra já está prevista para ser feita com este recurso. Vai ser feita.”, garantiu na época.

Em 2009, a assessoria da prefeitura produziu um texto informando até como a obra seria feita. “Dois pontos críticos localizados nos cruzamentos das avenidas Nely Martins e Mato Grosso (Via Parque) e Costa e Silva com Salgado Filho terão travessias diferenciadas com passagens subterrâneas (túneis) para dar maior fluidez no fluxo intenso de veículos”, afirma o texto da prefeitura. Em seguida, a matéria ainda afirma que “nessas vias, em horários de pico, a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) vem detectando longas filas”.

No final da tarde desta terça-feira (24), foi registrado pela equipe do Midiamax o habitual engarrafamento dos horários de pico na região da rotatória.

“Não vão fazer? Deveria ser feito. Todos os dias passo por este transtorno, há tempos que prometem e novamente não vai sair”, disse Márcia Reis, que passa diariamente pelo trecho.

Para o trabalhador Igor Santo, é uma surpresa a falta de alternativas no lugar. “Todo o dia é a mesma coisa. Esta rotatória não é funcional e atrapalha o fluxo de veículos. Já passou da hora de fazerem alguma coisa aqui”, reclamou.

Em resposta, a assessoria de comunicação informou que o projeto do “mergulhão” nunca existiu. “Estamos mandando para a Caixa Econômica Federal projetos já prontos. Além do mais, o recurso do PAC 2 será investido em corredores do transporte coletivo, como é o caso do viaduto a ser feito na Avenida Gury Marques e Interlagos”.

O diretor presidente da Agetran está em Brasília para a assinatura dos recursos e não foi localizado pela reportagem para comentar sobre o assunto.