Pesquisa do Datafolha mostra que 90% dos obstetras e ginecologistas afirmam existir pressões de planos de saúde no exercício da medicina. E 93% deles dizem que as operadoras de planos de saúde também dificultam a realização de exames e procedimento de alta complexidade.

O estudo foi apresentado nesta quinta-feira (30) pela Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia de São Paulo), no Congresso Paulista de Ginecologia e Obstetrícia.

A associação afirma que “está se tornando inviável prestar serviço aos convênios, particularmente em virtude da interferência na prática médica”.

Praticamente 6 em cada 10 médicos denunciam alto grau de interferência. Entre os tipos de interferências avaliados, 88% dos ginecologistas destacam divergências quanto a procedimentos ou medidas terapêuticas; 80% reclamam de interferência em atos diagnósticos e terapêuticos.

Seis em cada 10 apontam pressões quando o procedimento indicado é a internação e também no pré operatório, o que para a Sogesp representa um risco à prática segura da medicina, à saúde e à vida de muitas pacientes e de seus bebês.

Apenas 12% consideram a qualidade dos serviços oferecidos pelas operadoras de saúde como ótima ou boa. Quase metade, 47%, avalia como ruim ou péssima.

Abandono à obstetrícia

Outra fase da pesquisa constatou que 13% dos médicos disseram que já deixaram de exercer a obstetrícia, devido aos baixos honorários e a obrigatoriedade de disponibilidade em período integral.

Para a pesquisa, foram realizadas 451 entrevistas distribuídas no Estado de São Paulo.