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ONGs vão à Bacia do Guariroba e fiscalizam aplicação de recursos para recuperação

Os pontos foram escolhidos para averiguação dos ambientalistas por concentrarem boa parte das irregularidades em relação à preservação das bacias hidrográficas da capital
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Os pontos foram escolhidos para averiguação dos ambientalistas por concentrarem boa parte das irregularidades em relação à preservação das bacias hidrográficas da capital

Na tarde desta sexta-feira (20), o ‘Movimento Guariroba Vivo’ e o ‘Fórum Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável’ (FORMADS) se reuniram para visitar a Bacia do Guariroba, a cerca de 50 kms de . Um grupo, com quase 30 pessoas, foi até os principais pontos das nascentes que abastecem 54% de Campo Grande.

“Num primeiro momento, a gente veio conferir quais as intervenções foram realizadas neste local. Percebemos que houve algumas melhorias, como árvores que foram plantadas na região, mas ainda há muito o que ser feito”, comentou Eduardo Romero, representante do Fórum do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul.

Os pontos foram escolhidos para averiguação dos ambientalistas por concentrarem boa parte das irregularidades em relação à preservação das bacias hidrográficas da capital. Participaram da visita, representantes de diferentes ONGs ligadas ao meio ambiente. Entre os objetivos do encontro, destacam- se dois pontos importantes.

“Um deles, é que já foram destinados R$ 800 mil da Agência Nacional das Águas e R$ 80 mil da prefeitura, há aproximadamente dois anos. Então precisamos saber qual a aplicação desse recurso, o que foi feito para proteger a natureza e a nossa água, por exemplo”, falou Helena Clara Kaplan, a presidente do Conselho de Meio Ambiente da OAB.

Outra situação mais emergente do pessoal é acompanhar e saber qual a aplicação de R$1.100.000,00 (um milhão e cem mil reais) destinados pela União para a recuperação da Bacia do Guariroba. “Trata- de um recurso público, mas lembrando, que deverá ser aplicado em uma propriedade particular, para o bem da sociedade. Por isso, precisamos acompanhar, fiscalizar e cobrar sim as benfeitorias”, ressaltou Helena.

A luta continua ambientalistas

De acordo com os próprios integrantes das ONGs, essa é uma batalha antiga. Desde 1985 a 2005, a estimativa é que mais de 130 hectares foram afetados com as ações do homem. Assoreamento e a erosão aumentaram bastante, plantações irregulares de árvores próximas às nascentes, curvas de nível com problemas, a criação de gado nessas regiões, entre outros pontos.

“Acho que, no momento, precisamos de mais diálogo, de mais entendimento do que fazer pressão sobre o município. Essa articulação com vários representantes do meio ambiente é fundamental para discutirmos o assunto com mais informações, mais amplitude; e depois sim cobrar os responsáveis”, comentou o vereador Alex, do PT, representando a Câmara Municipal.

Desde 1995, quando a região foi determinada como APP (Área de Preservação Permamente), são várias ações ali na Bacia do Guariroba. Denúncias então chegaram ao Ministério Público e TACs (Termos de Ajustamento de Conduta) foram feitos, mas muitos não foram cumpridos ao longo dos anos.

“Em 2008 então, as instituições se organizaram e formamos o “Movimento Guariroba Vivo”. Desde aquela época, fomos até o local e começamos a cobrar do Poder Público”, lembrou Eduardo. Segundo ele, foi a partir daí que a Secretaria Municipal do Meio Ambiente solicitou vistorias na região.

De acordo com os representantes das ONGs, por ali, são 62 produtores e, pelo menos, oito deles foram autuados por não cumprirem as exigências das autoridades.

“Surgiram curvas de nível, plantio e replantio de espécies, como eucaliptos, e outros fatores que ajudaram a recuperação da Bacia. Tivemos avanços, mas muita coisa ainda é preocupante. Não se trata de um embate com os produtores, somos, na verdade, contra o uso inadequado da terra, o que prejudicará a qualidade da nossa água”, alertou Haroldo Borralho, coordenador do Fórum do Meio Ambiente/MS.

“Erosão sempre existe, mas com a intervenção do homem, o processo fica mais acelerado. É preciso avaliar o contexto ambiental como um todo, mas também incentivar os produtores; quem sabe, pensar em atividades alternativas (turismo rural ou apicultura)”, explicou Jorge Gonda, representante da Associação Francisco Anselmo para Conservação da Natureza (FUCONAMS).

“Podemos usar essa área como piloto, como exemplo para outras ações na cidade. Mas temos que monitorar constantemente, temos que fiscalizar se as intervenções realmente estão sendo feitas e se estão de acordo com as necessidades da natureza”, observou a bióloga Simone Mamede, representante do Comitê Sul-Matogrossense para Rio Mais 20”.

Participaram ainda, o professor Jânio, pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente, Maria Rita Barcelos, da Associação Brasileira e Cidadania do Consumidor de Mato Grosso do Sul, entre outros.

Os próximos passos

“Temos que unir produtores rurais, ambientalistas e o Poder Público nessa luta. Quem explora esse recurso (a água) é uma empresa privada; se tivermos que pegar água de outro lugar mais distante, quem vai pagar mais caro por isso é o consumidor final”, lembrou Eduardo Romero, que também é representante da ONG ECOA.

No entorno das nascentes do Guariroba, o próximo encontro já foi marcado: terça-feira (24), uma reunião na sede da OAB, de onde deverá sair um documento que será enviado às autoridades, com informações sobre as condições das nascentes da Bacia do Guariroba e principalmente a cobrança sobre a aplicação dos recursos para a preservação das nascentes.

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