Toma posse no fim desta tarde em a nova presidenta da Fundação Nacional do Índio (Funai), a demógrafa Marta Maria do Amaral Azevedo, primeira mulher a ocupar o cargo. Ela substitui o antropólogo Márcio Meira, que ocupará uma assessoria especial no .

Marta Azevedo herda a Funai em momento em que povos indígenas e movimentos sociais reclamam da violência no campo (como no caso dos Pataxó Hã-Hã-Hãe, no sul da Bahia; e dos Guarani Kaiowá, em Mato Grosso do Sul) e também criticam o avanço de projetos desenvolvimentistas que podem gerar pressão sobre as terras indígenas (como o caso da construção da Usina de Belo Monte, no Pará).

Para lidar com essas contradições, a nova presidenta da Funai acredita que pode ser criado um “novo paradigma” e que o Brasil pode “dar exemplo” de diálogo e sustentabilidade. Marta, escolhida por sugestão de Márcio Meira, pretende fazer uma administração de “continuidade” e “consolidação”.

Ela reconhece que durante os cinco anos de Meira no cargo houve avanços institucionais, como a definição do plano plurianual da fundação (2012-2015), o funcionamento do Conselho Nacional de Políticas Indigenista e a demarcação da reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima. De formação acadêmica em demografia (é possível ver o currículo publicado por ela na Plataforma Lattes do CNPq), Marta pretende melhorar a produção de indicadores sobre indígenas e obter dados inéditos, como índices sobre a mortalidade de mulheres indígenas.

A Funai tem atualmente 2.396 servidores ativos em diversas partes do país. A fundação tem a obrigação de zelar por 687 terras indígenas em todo o território nacional e atender a 818 mil índios brasileiros (segundo dados do Censo Populacional 2010).