De bicicleta, a pé, de carroça, de motocicleta, carro, caminhão e até à cavalo. Os eleitores dos assentamentos, que ficam na área rural de Corumbá, acordaram cedo para exercerem a cidadania e participar ativamente da escolha dos novos representantes do Executivo e Legislativo.

Na escola municipal Eutrópia Gomes Pedroso, um dos pontos de votação dos eleitores que moram nos assentamentos Paiolzinho, Tamarineiro e Taquaral. o início deste 07 de outubro foi de espera. De acordo com os mesários, às 06h30 da manhã já havia fila de eleitores na porta da escola, esperando a abertura da seção.

A assentada Rosa Tomaz Moraes, de 32 anos, estava entre os que aguardavam na fila. “Fiz questão de vir cedo, pois dependo de carona e a pessoa que me deu carona iria vir cedo. E assim, fazemos logo nosso papel”, disse. “Nosso maior problema aqui na região dos assentamentos é em relação ao transporte. Quando chove, não temos como sair, pois os ônibus deixam de circular aqui e ficamos ‘presos’ até o tempo melhorar. Espero que os representantes eleitos resolvam essa situação, ou ao menos, criem alguma forma de nos ajudar, de amenizar o problema. Trabalho com plantação e faço revenda nas feiras livres de Corumbá”, completou.

Há 26 anos morando no assentamento Taquaral, José da Costa, de 74 anos, apesar de ter o voto facultativo, decidiu exercer o papel de cidadão e afirmou que vota pela melhoria do lugar onde tem passado boa parte da vida. “Hoje vivo entre Corumbá e o assentamento, por causa dos problemas de saúde. Apesar de não ser obrigado a votar, faço questão de vir até aqui e dar meu voto, pois, só assim, podemos conseguir o que falta para nossa região. Eu peço melhoras na saúde, que mais postos sejam colocados nos assentamentos”, destacou.

Os assentados também demonstraram estar alertas quanto aos regulamentos da votação. Na seção do assentamento Taquaral, não houve tumulto. Com o título de eleitor nas mãos e documento com foto, eles chegavam sempre em família. “Foi bem explicado na TV e nas diversas propagandas, que deveríamos vir até os locais de votação com documento com foto e com o título. No sábado, fiz todos de minha casa, esposa e meus filhos, separarem os documentos, para hoje cedo não ter problema de não saber onde está ou de faltar alguma coisa. Também observei que não há tumulto, é uma eleição tranquila”, apontou Jorge Encilho, de 57 anos.