Mato Grosso do Sul perdeu R$ 15 bilhões em investimentos devido à limitação de compra de terras por estrangeiros. A cifra foi apontada pela secretária de Produção de Turismo do Estado, Tereza Cristina Correia da Costa, durante o talk show do seminário MSAgro, realizado nesta terça-feira (20), na Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul).

A secretária considerou que o Estado é um dos que mais perde com o que chamou de cerceamento à vinda de investimentos para o Brasil. “É um Boeing que foi aterrissar em outros países”, comparou. Integrante do talk show, o senador Waldemir Moka defendeu a compra de terras por estrangeiros condicionada ao investimento no setor agroindustrial.

O evento colocou em pauta os desafios para o setor, entre eles a logística e a perda de competitividade com Reforma Tributária. O presidente da Monsanto, André Dias, atrelou o desenvolvimento do País ao crescimento no setor agro nas últimas décadas. Citou o exemplo da evolução da produtividade de milho, que na safra 2010/11 foi 2,5 vezes maior do que na safra 1990/91. No contraponto, apontou a produtividade em baixa do trigo pela falta de incentivo para investimento na cultura. “O Brasil é o único País tropical que virou potência agrícola e isso se deve à utilização de tecnologia”, afirmou. Dias destacou como diferenciação da agricultura brasileira o envolvimento das novas gerações com o setor, com os filhos e netos de produtores voltando para o campo depois de obter qualificação.

O senador Moka trouxe para o debate as recentes discussões sobre a legislação ambiental brasileira, enfatizando que os jovens, que muitas vezes tem uma posição mais radical, ignoram que o pano de fundo é uma “guerra comercial”. “O Brasil tem mais de 60% de suas reservas florestais preservadas e nenhum outro país tem reserva legal”. O senador defendeu mais uma vez a aprovação de uma emenda para colocar no orçamento da União o pagamento de indenizações pelas terras requeridas pelas comunidades indígenas.

Além dos participantes do talk show, o MSAgro teve palestra do economista e professor da USP, José Roberto Mendonça de Barros.