Motoristas não podem barrar usuários do transporte coletivo por estar sem cartão

“Os motoristas são orientados a não proibir que a pessoa embarque no ônibus se estiver apenas com dinheiro”, foi isso que declarou o presidente da Assetur (Associação de Empresas de Transporte Coletivo Urbano), João Rezende, durante reunião com a associação, o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano e o deputado estadual Pedro Kemp (PT), […]

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“Os motoristas são orientados a não proibir que a pessoa embarque no ônibus se estiver apenas com dinheiro”, foi isso que declarou o presidente da Assetur (Associação de Empresas de Transporte Coletivo Urbano), João Rezende, durante reunião com a associação, o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano e o deputado estadual Pedro Kemp (PT), no gabinete do parlamentar nesta tarde na Assembleia Legislativa. 

A sessão se deu após diversas reclamações de usuários do transporte coletivo urbano da Capital ser veiculadas na mídia e chegar até o deputado. Segundo ele, muitas pessoas reclamam que compram o crédito e quando vão pegar o ônibus o cartão está zerado. 

O problema se dá, porque dos 890 postos de vendas (sem ser de cartões pré-pagos) espalhados pela cidade, apenas 50 o crédito cai automático. Nos 840 restantes, a pessoa compra o crédito e este pode cair em até 24 horas. 

O presidente da Assetur disse que dentro de 15 dias vai trocar 250 máquinas para o abastecimento automático. Ainda segundo ele, a empresa pretende trocar todos os postos. Contudo, não soube precisar quando vai atingir a meta. 

Dinheiro x Segurança 

A medida que começou a ser implementada em 26 de agosto do ano passado até hoje gera polêmica. Usuários reclamam que não conseguem usar o serviço se estão apenas com dinheiro. Eles ainda apontam dificuldade em abastecer o cartão. 

Para justificar a medida, Rezende aponta a redução dos assaltos nos ônibus. Segundo ele, em julho de 2010, mês onde houve o maior índice de assaltos, foi registrado 100 ações deste tipo nos transportes coletivos urbanos da Capital. 

Desde o ano passado, segundo ele, quando menos dinheiro passou a circular, os assaltos vêm reduzindo. Rezende declarou que 2010 fechou com média de 57 assaltos mês, em 2011 o número caiu para 37 – redução de quase 36%. 

O problema é que a segurança, tanto dos usuários como dos trabalhadores, não pode ocorrer em detrimento do direito do cidadão – o de ‘ir e vir’. Por isso, apesar da Associação pedir para que a população use o cartão não pode proibir usar dinheiro. 

Na última quinta-feira (16) a advogada Vanda Aparecida de Paula registrou boletim de ocorrência contra a empresa porque foi impedida de usar o ônibus por estar sem o cartão. 

O deputado estadual Pero Kemp (PT) lembra que isso não pode acontecer. Ele disse reconhecer a importância do cartão, mas isso tem que ser feito de forma que a população não se sinta prejudicada. 

Divulgação 

Para o parlamentar, a melhor forma de solucionar a questão é divulgar os locais de abastecimentos, já que esta é uma das maiores reclamações recebidas em seu gabinete e melhorar o serviço. “Ficou mais tranqüilo. Sem a questão do dinheiro, o motorista se preocupa apenas em dirigir, mas é preciso divulgar mais. As pessoas precisam saber onde há pontos de abastecimentos e como eles funcionam”. 

Números 

Diariamente cerca de 270 mil pessoas usam o transporte coletivo urbano na Capital. Destas 160 mil são pagantes e 110 mil têm gratuidade. Ao todo são 540 ônibus circulando pela cidade. 

Em janeiro foi registrado cinco assaltos, em fevereiro 16 e até a data de hoje (19) nenhum foi registrado em março nos ônibus da Capital.

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