Instrução normativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicada no Diário Oficial da União de hoje (28) eleva dos atuais 30% para 50%, no mínimo, o conteúdo de suco de laranja nas bebidas vendidas como néctar da fruta. A medida dá prazo de 180 dias para que as indústrias se adaptem à determinação.

De acordo com informação do Mapa, a exigência é de caráter técnico, com vistas a adequar melhor a concentração de suco nos diferentes tipos de bebidas negociadas no varejo. Atualmente, o refrigerante sabor laranja tem no mínimo 10% de suco, o refrigerante e o néctar 30%. Agora, o néctar, que é a bebida não fermentada, com adição de açúcares, vai ter 50% de suco.

Em nota, o secretário executivo do ministério, José Carlos Vaz, ressaltou que o mercado nacional absorve apenas 10% (aproximadamente 47 milhões de litros) da produção brasileira de suco de laranja. Embora represente pouco para o setor como um todo, ele calcula que a mudança de formulação do néctar vai permitir distribuição adicional de 10 mil toneladas a mais do produto no mercado interno.

A adoção da medida foi aplaudida pela Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR). A entidade divulgou comunicado no qual considera a decisão “benéfica”, porque além de ajudar a acelerar o consumo de suco industrializado no país, também contribuirá para reduzir o estoque de 662 mil toneladas de suco concentrado equivalente em poder da .

O estoque atual de suco de laranja é mais que o triplo do estoque registrado no mesmo período do ano passado, por causa da queda das exportações e do aumento da safra. Para escoar parte da bebida, governo e indústria discutem a viabilidade de direcionar o suco para a merenda escolar e outros movimentos sociais e públicos, de acordo com informação do Mapa.