Acompanhando a decisão nacional, os médicos de Mato Grosso do Sul, também vão paralisar o atendimento aos planos de saúde. O protesto iniciará amanhã (10) e terminará dia 17, período menor do que o sugerido pelas entidades nacionais que paralisarão do dia 10 a 25 deste mês. O tempo de paralisação estipulado para MS foi decidido em assembléia entre as três entidades que representam a classe médica: Sinmed-MS (Sindicato dos Médicos), CRM-MS (Conselho Regional de Medicina e AMMS (Associação dos Médicos). Durante a reunião também ficou decidido que o atendimento de urgência e emergência será realizado normalmente, sem interrupção, e o retorno ao atendimento completo acontecerá no dia 18, data em que comemora-se o dia do médico.

Segundo o presidente do Sinmed-MS, Marco Antônio Leite, o protesto acontecerá em todos os estados do país, e é referendado pela Associação Médica Brasileira (AMB), Conselho Federal de Medicina (CFM), Federação Nacional dos Médicos (Fenam) e pelo conjunto das sociedades de especialidades médicas. “O motivo da paralisação é o baixo valor dos honorários pagos aos médicos, a interferência das operadoras na relação médico-paciente, e a definição de índices e periodicidade de reajuste, a serem previstos em contrato”, explica.

Em carta destinada à população as entidades médicas esclarecem que o movimento médico brasileiro tem buscado incessantemente o diálogo com as empresas da área de saúde suplementar, mas os avanços ainda são insatisfatórios, pois o que está em jogo é o exercício profissional de 170 mil médicos e a assistência a quase 48 milhões de pacientes.

Os planos de saúde interferem diretamente no trabalho do médico, e os contratos entre as operadoras e os profissionais também são irregulares, já que estão em desacordo com as normas estabelecidas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Além disso, nos últimos 10 anos, os reajustes dos honorários médicos foram irrisórios, enquanto os planos aumentaram suas mensalidades bem acima da inflação.

Pauta de reivindicação da categoria

1. Reajuste dos honorários de consultas e outros procedimentos, tendo como referência a CBHPM.

2. Inserção nos contratos de critério de reajuste, com índices definidos e periodicidade, por meio de negociação coletiva

3. Inserção nos contratos de critérios de descredenciamento

4. Resposta da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), por meio de normativa, à proposta de contratualização, encaminhada pelas entidades médicas

5. Fim da intervenção antiética na autonomia da relação médico-paciente.