Pular para o conteúdo
Geral

Mazina admite: Junta teve de devolver R$ 631 mil por irregularidades na Santa Casa

Auditoria do Tribunal de Contas da União flagrou irregularidades em pagamentos por diárias de UTI que não foram solicitadas pelos médicos dos pacientes nem autorizadas pelo gestor.
Arquivo -

Auditoria do Tribunal de Contas da União flagrou irregularidades em pagamentos por diárias de UTI que não foram solicitadas pelos médicos dos pacientes nem autorizadas pelo gestor.

Mesmo sob intervenção determinada pela Justiça, a administração da Santa Casa de teve graves irregularidades flagradas pelo TCU (Tribunal de Contas da União) nos últimos anos que são consideradas ‘detalhes burocráticos’ pelos gestores municipais.

A Junta Interventiva, nas mãos dos secretários Municipal e Estadual de Saúde, ambos ligados ao governador André Puccinelli e ao prefeito Nelson Trad Filho, chegou a ter de devolver mais de meio milhão de reais em recursos do SUS.

Segundo o acórdão 185/2011 do Plenário do TCU, uma fortuna foi gasta indevidamente porque faltou comprovação de que serviços pagos teriam sido de fato realizados.

Auditores que verificam a aplicação do dinheiro do SUS flagraram irregularidades nas AIH´s (Autorizações de Internação Hospitalar apresentadas pela Junta Interventiva da Santa Casa para justificar procedimentos que foram pagos com dinheiro da saúde pública.

Apesar de recorrer ao TCU, a Junta se propôs a devolver R$ 631.418,53, abatidos dos repasses mensais do Fundo Municipal de Saúde para a Associação Beneficente de Campo Grande – Santa Casa em dez parcelas de R$ 63.141,85, desde junho de 2011.

Na última sexta-feira (30), durante audiência pública na Câmara Municipal de Campo Grande para tratar da situação da Santa Casa, o secretário municipal de saúde, , chegou a ser questionado sobre as irregularidades, mas omitiu a devolução e disse apenas que ‘houve detalhes técnicos encontrados pelo TCU, que já estavam sendo solucionados’.

Após a audiência, à reportagem, Mazina admitiu que a Junta teve de devolver mais de meio milhão de reais, mas minimizou as irregularidades flagradas pelos auditores do SUS.

“Teve isso aí mesmo. Mas foi uma devolução para o próprio Fundo Municipal, porque faltou comprovação numas AIH´s. Foi só uma irregularidade burocrática. Só que, vocês, por exemplo, são do Midiamax. Se a gente fala, vocês da imprensa já acham que foi um desvio, que é corrupção”, disse em entrevista gravada.

A Junta Interventiva, controlada basicamente pelo secretário municipal, Leandro Mazina, e pela secretária estadual de saúde de Mato Grosso do Sul, Beatriz Dobashi, assumiu o controle administrativo da Santa Casa de Campo Grande há oito anos justamente para sanar supostas ‘irregularidades burocráticas’ que teriam levado o maior hospital do estado a uma crise financeira.

Em 2004, o Pronto Socorro foi fechado por falta de recursos e, desde então, uma verdadeira guerra entre os fundadores da Santa Casa, membros originais da ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande), e os gestores do dinheiro do SUS em Campo Grande se desenrola para ver quem controla o hospital.

Para quem conhece detalhes do funcionamento da Santa Casa, a briga se justifica pelo interesse financeiro.

“A Santa Casa tem um dos maiores orçamentos do Estado. Todo mundo fala que o hospital vive no vermelho, mas ninguém quer largar o caixa do Hospital. Esses detalhes que o TCU flagrou são pequenas mostras de como tudo lá dentro pode ser lucrativo para quem está com a caneta”, acusa um ex-funcionário.

Ele trabalhou durante anos no setor administrativo e foi demitido em uma das mudanças de chefia que aconteceram desde que a Junta Interventiva está no controle.

Leandro Mazina garante que as desconfianças são injustas. “Não existe isso. Eu acredito que nós todos temos os mesmo interesses, de fazer a Santa Casa continuar funcionando e salvando vidas. A disputa é porque cada lado acha que pode fazer melhor, mas isso já está em negociação e prefiro nem comentar mais para não correr o risco de prejudicar as negociações em andamento”, disse.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Israel pede desculpas após ataque a igreja católica que matou 3 pessoas em Gaza

Amigos lamentam morte de adolescente de 16 anos em Ribas do Rio Pardo

Fim de semana será de tempo firme com queda de temperatura

pix

Na mira de Trump, Pix trouxe inovações para o comércio em MS e não é canal para negócios com o exterior

Notícias mais lidas agora

JBS terá que participar de conciliação com moradores por fedor no Nova Campo Grande

Consórcio Guaicurus pede na Justiça devolução de multas com juros e correção monetária

mpms

Com 88 sigilos, MPMS gastou mais de R$ 369 mil em diárias durante junho

Trump é diagnosticado com insuficiência venosa crônica

Últimas Notícias

Trânsito

Trabalhadores que estavam desaparecidos são encontrados mortos após acidente na MS-145

Vítimas seriam funcionárias de uma usina de Rio Brilhante e estariam retornando para a casa, em Deodápolis

Brasil

Covid-19: Fiocruz confirma circulação de nova variante no Rio de Janeiro

RJ é o quarto estado brasileiro com a circulação da variante

Economia

Receita diz que não haverá obrigatoriedade na cobrança retroativa do IOF

Órgão confirmou que vai avaliar a "situação em relação aos contribuintes" visto que aumento do IOF voltou a valer

Cotidiano

Consumidores perderam, em média, R$ 610 com golpes em compras online em MS, aponta pesquisa

Levantamento considera mais de 5 mil denúncias registradas na plataforma SOS Golpe, nos primeiros cinco meses do ano