Em tom de desabafo, o deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB) condenou o uso das coligações em favor dos interesses partidários em prejuízo ao bem comum. Para ele, “está na hora de mudar essa realidade, caso contrário vamos ficar reféns dos interesses políticos”.

O alerta do deputado leva em consideração o fim da aliança do PSDB com o PMDB em Campo Grande e as consequências do rompimento. Como exemplo, ele citou a saída da secretária municipal de Educação, Maria Cecília Amendola da Motta (PSDB), por conta do projeto de candidatura própria do deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB).

Marquinhos considerou injusta a saída de Maria Cecília apenas “por causa de uma opção partidária”. “Ela sempre foi uma ótima secretária, recebeu vários prêmios nacionais”, destacou. “Hoje, praticamente cada aluno tem um computador nas escolas do município. Portanto, se ela estava dando certo, porque mexer?”, questionou. “Não é justo punir toda uma cidade por causa de uma opção do PSDB”, acrescentou.

Outro caso lembrado pelo parlamentar é a possibilidade de o secretário estadual de Habitação e Cidades, Carlos Marun (PMDB), deixar o cargo visando voltar à Assembleia Legislativa apenas para diminuir o poder de fogo do deputado estadual professor Rinaldo (PSDB) na disputa eleitoral. Com a volta de Marun, o tucano, primeiro suplente da coligação, perderia a vaga.

“É um absurdo retaliações partidárias em prejuízo do bem comum”, reiterou Marquinhos. “O Marun está dando certo na secretaria e o Rinaldo na Assembleia”, frisou.

Está na hora de acordar

Diante das retaliações, Marquinhos disse que está “na hora de o parlamento acordar”. “Caso contrário, daqui um pouco não será o povo que irá escolher seus representantes, porque se o governador (André Puccinelli) quer o Marun na secretaria, o Rinaldo assume como deputado. Depois, ele muda de ideia e o Marun volta à Casa de Leis”, explicou.

Para Marquinhos, uma das alternativas é evitar a nomeação de pessoas ligadas a partidos em cargos públicos. “Até que ponto é benéfico secretários ligados a partidos, se na hora do fim da aliança cada um vai para um lado sem levar em conta o desempenho profissional e o interesse comum?”, questionou. “Isso é uma afronta à inteligência das pessoas”, finalizou.