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Marina Silva e Kátia Abreu protagonizam embate ambientalista

Em lados opostos nas discussões sobre preservação ambiental no Brasil, a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva e a senadora Kátia Abreu (PSD-TO) são as principais faces de grupos que pretendem usar a Rio+20 (Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável) para expor suas bandeiras e fortalecer-se na acirrada disputa que travam no Brasil. Maior liderança […]
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Em lados opostos nas discussões sobre preservação ambiental no Brasil, a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva e a senadora Kátia Abreu (PSD-TO) são as principais faces de grupos que pretendem usar a Rio+20 (Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável) para expor suas bandeiras e fortalecer-se na acirrada disputa que travam no Brasil.

Maior liderança política dos ambientalistas, Marina Silva, de 54 anos, ainda desfruta da popularidade experimentada na última disputa presidencial, em 2010. À época, após uma arrancada nas últimas semanas, ficou em terceiro lugar, com 20 milhões de votos, e teve seu apoio disputado pelos candidatos que se enfrentaram no segundo turno – o tucano José Serra e a petista Dilma Rousseff. Optou pela neutralidade.

O desempenho, atribuído ao crescente endosso às causas ambientais na sociedade brasileira, foi um dos pontos altos de uma carreira catapultada pelo período em que chefiou o Ministério do Meio Ambiente, entre 2003 e 2008, no governo Luiz Inácio Lula da Silva.

Em entrevista à BBC Brasil, Marina diz que a gestão ambiental no Brasil vem se deteriorando de forma acelerada desde então. “A base legal que fez com que, desde 2004, se conseguisse reduzir a pobreza e o desmatamento agora está sendo abolida”.

A ex-ministra critica a atuação do governo na reforma do Código Florestal e cita duas iniciativas que, segundo ela, ameaçam os avanços conquistados nos últimos governos: a Medida Provisória 558, que reduziu oito unidades de conservação na Amazônia; e a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 213, que tramita no Congresso e busca transferir do Executivo para o Legislativo a responsabilidade de demarcar Terras Indígenas.

No outro lado do embate, a senadora e presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Kátia Abreu, representa um setor cujo apoio político tem crescido nos últimos anos, ancorado no sucesso econômico do agronegócio.

Hoje no controle de quase um quarto da Câmara e de 16% do Senado, a bancada ruralista foi responsável pelas maiores derrotas do governo no Congresso neste ano: além de fazer avançar a PEC 213, que dispõe sobre a demarcação de Terras Indígenas, impôs sua versão do Código Florestal, parcialmente vetada por Dilma nas semanas seguintes e que agora voltará à análise dos congressistas.

Ela própria uma pecuarista – em 1987, assumiu a fazenda do marido, morto em acidente de avião -, Abreu diz à BBC Brasil que o Código trouxe dois grandes benefícios ao setor: deu segurança jurídica aos produtores e “tirou a hegemonia das ONGs, que faziam mudanças (na legislação ambiental) através do Ministério do Meio Ambiente, via decretos.”

Abreu e Marina devem continuar a se enfrentar nos próximos anos, mas despistam quando questionadas se a disputa também poderá se dar numa eventual corrida presidencial. Marina tem dito que não vai ficar na “cadeira cativa de candidata” e que não sabe se disputará o cargo outra vez.

Abreu, por sua vez, diz que “Presidência da República é destino, e não trajeto”, e cita os “acasos” que levaram ao cargo os ex-presidentes Itamar Franco (o impeachment de Fernando Collor) e José Sarney (a morte de Tancredo Neves).

O próximo embate, no entanto, se dará já nas próximas semanas, quando o Congresso analisar o Código Florestal assinado por Dilma. Enquanto Abreu diz que trabalhará para aprimorar o texto, o que inclui artigo para transferir aos Estados a responsabilidade de estabelecer os critérios de recomposição de matas ciliares, Marina diz que as mudanças “piorarão o que já era impossível de ser piorado”. “Será avassalador”.

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