Mano caiu quando achava que tinha encontrado formação ideal

Demitido na última sexta-feira do cargo de técnico da seleção brasileira, Mano Menezes ficou pouco mais de dois anos no posto. Ele tentou ser a antítese de Dunga, seu antecessor na função, fosse no relacionamento com a imprensa, com patrocinadores ou com os dirigentes da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Ao contrário do capitão do […]

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Demitido na última sexta-feira do cargo de técnico da seleção brasileira, Mano Menezes ficou pouco mais de dois anos no posto. Ele tentou ser a antítese de Dunga, seu antecessor na função, fosse no relacionamento com a imprensa, com patrocinadores ou com os dirigentes da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Ao contrário do capitão do tetra, Mano engoliu sapos, aceitou interferências em convocações e caiu justamente quando achava que tinha encontrado o time ideal.

Desde a mudança de comando da CBF, com a saída de Ricardo Teixeira, em março, e chegada de José Maria Marin para assumir um mandato tampão até 2014, Mano Menezes foi fritado. O novo dirigente contestou abertamente convocações do subordinado, nunca garantiu o seu nome como certo para a Copa de 2014 e deixou claro que tinha interferência nas convocações.

“Não abro mão de uma coisa: a hierarquia. A única coisa que pedi foi que me apresentassem a lista 48 horas antes da divulgação”, deixou claro Marin numa entrevista coletiva em abril, um mês após assumir o cargo.

Depois disso, o cartola agiu. Deixou claro que Ronaldinho não deveria ser chamado. Mano aceitou. Exigiu a volta de Kaká. Mano aceitou. Indicou que o técnico deveria chamar Diego Cavalieri e Fred. Mano fez.

No caso do centroavante do Fluminense, o treinador teve que passar pelo constrangimento de chamar um jogador que o havia criticado em entrevistas. “Não penso em seleção, enquanto o Mano estiver lá. Sou atacante, vivo de gols e não sei mais o que ele quer”, chegou a afirmar o atacante.

Aceitar as influências do presidente na sua convocação não foi algo que surgiu com Marin na CBF. Na era Teixeira, já no seu primeiro ano no comando, Mano teve que chamar Ronaldinho Gaúcho, na época em má fase no Milan, para um amistoso contra a Argentina por pedido do cartola.

Os organizadores da partida, que pagaram US$ 1 milhão para a CBF, exigiram a presença do meia-atacante numa seleção ainda sem estrelas. Neymar, na época, ainda não era um nome internacionalmente conhecido.

Saber ceder e tentar acertar o time foi a estratégia de Mano Menezes na seleção para chegar até a Copa de 2014 . Com sua frieza característica, ele seguiu a linha sem reclamar, mas ao contrário do turrão Dunga, caiu bem antes de chegar ao objetivo final.

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