Apesar de afastar intervenção da direção nacional na Capital, Mandetta reconheceu que pesará a afinidade do DEM com o PSDB na hora de fechar aliança

Tido como o fiel da balança para dar fim ao racha do DEM na disputa pela sucessão da prefeitura da Capital, o deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM) está dividido entre o apoio às pré-candidaturas a prefeito de Edson Giroto (PMDB) e Reinaldo Azambuja (PSDB).

Ele, no entanto, acredita no bom senso das lideranças da legenda para entrar em consenso e evitar a intervenção da direção nacional, como cogita o presidente regional, deputado estadual Zé Teixeira.

Hoje, o presidente municipal do DEM, vereador Airton Saraiva, defende com veemência a continuidade da aliança com o PMDB em Campo Grande. Em contrapartida, Zé Teixeira acredita que a população da Capital quer novidade e que o DEM, da mesma forma que o PSDB, precisa sair da sombra do PMDB para crescer em Mato Grosso do Sul.

“Nesta fase das conversações, é típico uma liderança defender um caminho e a outra, outro”, amenizou Mandetta. “Ainda mais com os históricos do Saraiva e do Zé Teixeira. O Saraiva sempre caminhou com o PMDB em Campo Grande, enquanto o Zé Teixeira tem uma afinidade muito grande com o Reinaldo”, emendou.

Para Mandetta, com diálogo será possível chegar ao consenso, sem a acionar a direção nacional. “A solução está aqui e não é questão de a nacional intervir”, defendeu.

Dividido

Indagado sobre sua preferência entre Azambuja e Giroto, Mandetta não puxou lado. “Estou conversando com os dois e não vejo motivos para essa ansiedade em anunciar o rumo do partido na eleição”, disse. Ele frisou ainda ser junho o mês das definições sobre coligações.

Segundo o deputado federal, sua escolha será norteada por ideias. “Antes de escolher o candidato, quero conhecer o seu compromisso com a saúde, educação e com as políticas sociais”, avisou. “Só depois, vou externar minha opinião”, reforçou.

Mandetta, no entanto, acabou dando outros sinais que serão determinantes da hora da escolha. “O Giroto faz parte do grupo político que há anos caminha conosco”, frisou. “O problema é que o Azambuja também sempre fez parte desse grupo”, acrescentou, reforçando sua divisão entre os pré-candidatos a prefeito.

Apesar de afastar intervenção da direção nacional, Mandetta reconheceu que pesará a afinidade do DEM com o PSDB na esfera federal. “A direção nacional do DEM é próxima do PSDB e temos um projeto em comum para 2014. Tudo bem que isso não terá muito peso aqui, mas que conta, conta”, ponderou.

Mandetta revelou ainda ser frequentemente assediado por lideranças tucanas, como o senador Aécio Neves e o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra. “Na hora da decisão, vou ponderar todas essas questões”, finalizou.