O Campo Experimental da Embrapa Pantanal “Fazenda Nhumirim”, localizado no Pantanal da Nhecolândia, entra em uma nova fase: da luz, da internet e da telefonia. Esses itens tão indispensáveis no mundo globalizado hoje são uma realidade na fazenda – que até poucos dias se encontrava isolada, não apenas pela distância e dificuldade de acesso, como também pela falta de meios de comunicação eficazes.

Amanhã, 1° de dezembro, será realizado o evento de entrega oficial da energia elétrica, telefone e internet na fazenda, que contará com uma série de atividades. Na programação estão previstos: Um “Dia de Campo” junto aos pesquisadores e pecuaristas da região, abordando os temas Inseminação artificial em tempo fixo, Fazenda pantaneira sustentável e Plantéis de seleção: Base para o Melhoramento Genético do Nelore Pantaneiro. Também haverá o lançamento da cartilha “Boas práticas para a pecuária de corte pantaneira” e o livro Gado de Corte no Pantanal: o produtor pergunta, a Embrapa responde. 2ª Edição revista, atualizada e ampliada. 272 p. 2012 (Coleção 500 Perguntas – 500 Respostas). Acontecerá também o descerramento da placa da Reserva Particular de Patrimônio Natural RPPN Fazenda Nhumirim, a primeira RPPN da Embrapa.

Luz e comunicação

Para que fosse instalada toda a rede de transmissão que atravessa o Porto da Manga, segue pela Estrada Parque e chega até a Nhumirim foram investidos 2 milhões de reais, totalmente financiados pela Embrapa. Além da Fazenda Nhumirim, outras fazendas e comunidades que sem encontram ao longo da linha de energia neste trecho do Pantanal da Nhecolândia também serão beneficiadas.

A chefe administrativa da Embrapa Pantanal Rivaldávia Alves Alencar de Melo Ferreira, comemora a conquista, principalmente porque agora a fazenda estará realmente integrada à Unidade sede em Corumbá.Estas benfeitorias beneficiarão não apenas a pesquisa, como também os visitantes e moradores da fazenda, levando melhor qualidade de vida aos Pantaneiros.

A chefe geral da Unidade, Emiko de Resende, destaca que agora quem estiver na fazenda terá acesso ao mundo, o para a pesquisa é fantástico: beneficio para o estudante, para o pesquisador e para os alunos da escola rural existente lá. “A energia elétrica permitirá que procedimentos que antes não podiam ser realizados na fazenda, sejam feitos ali mesmo, agilizando os estudos”, completa Emiko.

RPPN Embrapa Pantanal

A RPPN Fazenda Nhumrim possui 862,7 hectares e integra a Rede de RPPNs de Mato Grosso do Sul, a REPAMS. A Reserva revela uma fauna rica composta principalmente de pássaros e abriga uma salina, lagoa de águas salobras e área utilizada pelas aves migratórias em seu percurso do hemisfério norte para o hemisfério sul. Também encontram abrigo outros animais como os veados, a anta, os quatis e outros representantes da fauna pantaneira. Todos esses animais têm a garantia de que dentro da RPPN, a natureza cresce intocada. “O fato de preservar uma região como um todo, nos dá a segurança de que a interação entre as espécies e toda a evolução do sistema, seja conservada para que ela possa seguir o seu curso”, explica Marcos Tadeu, supervisor da fazenda.

Ele conta que tudo começou há 25 anos: “Nossa RPPN foi criada em 1987, claro que ela é anterior a figura da RPPN, ela era uma estação ecológica, e até antes disso tinha já essa preocupação da Embrapa de ter um espaço que diferenciasse das outras invernadas da fazenda, ou seja, tirar o boi o cavalo daqui”, conta.

Cartilha de boas práticas

Para garantir que o Pantanal se perpetue como um dos ambientes mais conservados do país e para que a pecuária extensiva obtenha produtividade associada à manutenção da natureza regional, Embrapa Pantanal e a WWF-Brasil uniram forças para produzir um guia inédito para a conservação de paisagens, solos, pastagens nativas e cultivadas, fundamental para uma região onde há quase 1,9 mil tipos de plantas e animais típicos do Brasil e onde a pecuária se desenvolve há mais de dois séculos conservando a região.

Em pouco mais de 30 páginas ricas em ilustrações, pesquisadores listaram as melhores técnicas para a formação e manutenção de pastagens, economia de insumos produtivos, erradicação de plantas invasoras, respeito à legislação, aumento da produtividade e dos lucros. A publicação mostra que existem tecnologias, práticas e processos simples que aumentam a produtividade com o mínimo de prejuízos ao meio ambiente.