Líderes de golpe no Mali fazem acordo para deixar o poder

Os líderes do golpe de Estado no Mali concordaram em deixar o poder e permitir a transição para um governo civil, como parte de um acordo com o bloco regional de nações oeste-africanas (Ecowas). Em troca, o bloco irá suspender as sanções econômicas e comerciais ao país e conceder a anistia à junta militar que […]

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Os líderes do golpe de Estado no Mali concordaram em deixar o poder e permitir a transição para um governo civil, como parte de um acordo com o bloco regional de nações oeste-africanas (Ecowas).

Em troca, o bloco irá suspender as sanções econômicas e comerciais ao país e conceder a anistia à junta militar que presidiu o país, segundo mediadores.

A manobra aconteceu depois que rebeldes tuaregues no norte declararam a independência do território que chamam de Azawad.

Os rebeldes tomaram o controle da região depois que um golpe de estado mergulhou o país em uma crise política, há duas semanas.

Pedidos de independência

De acordo com os termos do acordo de transição, os líderes militares cederão o poder ao chefe do Parlamento, Diouncounda Traore.

Depois de tomar posse como presidente interino, Traore terá 40 dias para organizar novas eleições.

O acordo, assinado pelo líder do golpe, o capitão Amadou Sanogo, diz que a Ecowas vai se preparar para o fim das sanções, mas não estabeleceu uma data para que Sanogo deixe o poder.

“Será necessário organizar uma transição política levando a eleições livres, democráticas e transparentes em todo o território”, diz o documento.

Oficiais do Exército liderados pelo capitão Sanogo tomaram o poder no dia 22 de março, acusando o governo eleito de não fazer o suficiente para acabar com a rebelião no norte do país.

Nesta sexta-feira, a comunidade internacional rejeitou o pedido de reconhecimento de independência dos rebeldes tuaregues para a região que chamam de Azawad.

O grupo secularista Movimento Nacional para a Liberação de Azawad (MNLA) é um dos dois grupos principais que realizam a rebelião no norte.

Ansar Dine, um grupo islâmico, também fez avanços e começou a impor a sharia, lei islâmica, em algumas cidades.

A ONG Anistia Internacional alertou para a possibilidade de um grande desastre humanitário em consequência da rebelião.

A Ecowas anunciou que está preparando uma força de 3 mil soldados que podem ser mobilizados para barrar o avanço rebelde.

O povo tuaregue – vive no deserto do Saara, no norte do Mali, e em diversos países vizinhos – combateu em uma série de rebeliões com o passar dos anos.

Eles dizem ter sido ignorados pelas autoridades na capital malinesa, Bamako.

 

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