Os líderes Alberto França Dias e Percedino Rodrigues, da reserva indígena Buriti, afirmaram nesta quarta-feira (21), na Assembleia Legislativa, que não estão se armando para um conflito armado contra os proprietários rurais. A Terra Buriti tem 2.090 hectares e fica entre os municípios de Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti. Eles reivindicam uma área de 15,1 mil hectares.

Alberto convidou os deputados estaduais para visitarem a aldeia e conhecerem de perto a realidade dos indígenas. “Nós estamos de braços abertos para receber vocês para ver o que é a Terra Buriti”, disse.

Percedino, que é vereador pelo PT, declarou também que os índios não estão sendo incitados pela Funai (Fundação Nacional do Índio) e nem pela Igreja Católica a invadir terras.

“É nossa luta. É uma luta sagrada e não vamos parar. Fomos incentivados pelos nossos anciões. Eles que nos orientaram. Falavam onde fazíamos caça, dança e onde tiravam mel”, frisou. “Todas as autoridades são constituídas por Deus. Peço a Deus que ilumine a consciência de cada um de vocês, representantes de cada sul-mato-grossense, independente de raça, cor ou tribo”, concluiu.

Na semana passada, o presidente da Associação Estadual dos Direitos Indígenas de Mato Grosso do Sul, o terena Danilo de Oliveira, afirmou que indígenas estariam comprando armamento pesado no Paraguai para se preparar para o embate. A informação, inclusive, teria como base interceptação telefônica de conversa de Percedino com outro indígena.

Presidente da Comissão de Desenvolvimento Agrário e Assuntos Indígenas da Assemblleia Legislativa, o deputado Zé Teixeira (DEM) lembrou que o TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região de São Paulo já determinou a saída dos índios daquela área.

Ele também defendeu o direito dos proprietários rurais de receber indenização justa por terras que eventualmente sejam demarcadas como áreas tradicionais indígenas. “Os proprietários rurais vivem do seu suor, como qualquer outro brasileiro”, informou.