O júri de Bruno, Marcos Aparecido dos Santos, Bola, e a ex-mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues, foi adiado para o dia 21 de janeiro pela juíza Marixa Fabiana. Bruno já foi retirado do plenário do Fórum de Contagem (MG) e levado para a Penitenciária Nelson Hungria.

O advogado principal de Bruno, Francisco Simim, apresentou um documento ao júri. chamado substabelecimento, sem reserva de poderes, para que o advogado Lúcio Adolfo da Silva assuma a defesa do goleiro em seu lugar. Ou seja, pediu sua substituição do processo.

O promotor alegou que esse pedido era uma manobra da defesa para adiar o julgamento, mas a juíza, mesmo concordando, disse que o novo advogado precisava de mais tempo para conhecer o processo.

O julgamento do caso Bruno entraria no terceiro dia, no Fórum de Contagem (MG), com os depoimentos de testemunhas de defesa. Seriam ouvidos os advogados dos réus, depois a promotoria e, por fim, será dado o parecer da juíza Marixa Fabiane Lopes sobre o pedido. Como há esta pendência em relação às testemunhas, não está decida a ordem dos depoimentos em defesa do goleiro Bruno Fernandes, de Luiz Henrique Romão – o Macarrão – e de Fernanda Gomes de Castro.

Na sessão de ontem, o detento Jaílson Alves de Oliveira, que depôs como testemunha de acusação, confirmou que ouviu Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, dizer, dentro da cadeia, que matou Eliza Samudio e que jogou suas cinzas na água. Segundo Jaílson, o ex-policial teria dito a ele que “só encontram a Eliza se os peixes falarem. Ela foi queimada no ‘micro-ondas’ (fogueira com pneus) e as cinzas jogadas numa lagoa”.

A testemunha também confirmou que Bola contou que mataria cinco pessoas envolvidas com o julgamento, entre elas a juíza Marixa Fabiana, com a ajuda do traficante Nem. Segundo Jaílson, o ex-policial afirmou que Nem devia favores a Bruno.

Durante o julgamento, o detento também denunciou que foi ameaçado pelo goleiro dentro da penitenciária Nelson Hungria na semana passada. Jaílson afirmou que, na última terça-feira, estava em seu banho de sol na entrada da enfermaria quando Bruno passou com um agente para seguir para a psiquiatria. Segundo o detento, neste momento o atleta o ameaçou, dizendo: “Ô Jaílson, o que é seu está guardado, sua hora vai chegar, você mexeu com a pessoa errada”.

Jaílson afirmou para a juíza que, se precisasse, “falava na cara de Bruno agora (durante o julgamento)”. Com a permissão da magistrada, o detento se virou para Bruno e questionou. “Você não me ameaçou?”. O goleiro, surpreso, respondeu: “Nem te conheço, parceiro”.