O secretário de Justiça e Segurança Pública do Estado, Wantuir Jacini, disse que a criminalidade em Corumbá diminuiu entre as operações Fronteira Unida I e Fronteira II. Porém, o secretário não tinha as estatísticas para fazer o comparativo.

“Em especial os crimes contra a vida e contra o patrimônio tiveram redução significativa”, afirmou em entrevista coletiva neste sábado (28), para avaliação da Operação Fronteira II deflagrada na sexta-feira (27), em 1.500 km de fronteira de Mato Grosso do Sul com Paraguai e Bolívia.

 “Existe um represamento dos criminosos tão logo a gente coloque o pé na rua. Hoje em dia, com o celular fica fácil a comunicação”, disse o general Carlos Sardinha, comandante da 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira, parceiro na operação coordenada pelo Gabinete de Gestão Integrada de Fronteira (GGI) e que conta também com a participação da Marinha, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Departamento de Operações de Fronteira, Polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros e Ministério Público.

Perguntado sobre o represamento, ou seja, evitar que os criminosos saiam para atuar durante dois ou três dias e depois das operações que eles fiquem três ou quatro meses nas ruas, Jacini afirmou que as operações levam a atuações mais eficazes das polícias e que isso vem sendo verificado nos últimos tempos.

Embora a população venha sofrendo com os crimes praticados pelos bandidos, a maioria ligada ao tráfico de drogas, o secretário garantiu que este é o caminho certo para combater a criminalidade. “Está provado que a integração torna ainda mais forte a atuação do Estado contra os criminosos. Nós estamos aprendendo e para o futuro temos boas perspectivas”, afirmou Wantuir Jacini.

Ele também ressaltou a necessidade de participação das autoridades dos países fronteiriços e lamentou que a Bolívia não esteja ativa nesse processo. “O Paraguai tem participado muito mais”, afirmou. Na Operação Fronteira Unida II, pelo menos sete pessoas foram presas, o que é um número que pode-se classificar como a média das prisões no cotidiano da polícia na região de Corumbá e Ladário.

Segundo o delegado regional de Polícia Civil, Milton Aguilera, quatro pessoas foram presas por tráfico de drogas, uma por furto de energia elétrica e duas em cumprimento a mandados de prisão. A única droga apreendida foi pasta base de cocaína, “mas nós ainda não sabemos a quantidade, ela está sendo periciada”, explicou Aguilera. Mas já se sabe que é muito pouca droga e que talvez não chegue a pesar nem um quilo.

Também foram apreendidos objetos que provavelmente foram furtados e que depois poderão ser procurados por seus proprietários na delegacia, além de cerca de duas toneladas de roupas contrabandeadas da Bolívia. Um dos objetivos dessas operações, segundo o Exército Brasileiro é fazer com que a pressão sobre os traficantes e a inibição do tráfico causem impactos no mercado.

“Isso faz com que o preço (da droga) suba”, disse o general Sardinha. Com a alta, a expectativa é de que o acesso do usuário às drogas diminua e, consequentemente, os crimes originados pela dependência química. A Operação Fronteira vai até a meia-noite de domingo (29).

Salários:

“Acordo só será selado quando governador mandar a mensagem para a Assembleia”. Sobre o acordo salarial feito pelo governador André Puccinelli (PMDB) e as polícias Militar e Civil, o secretário de Justiça e Segurança Pública do Estado de Mato Grosso do Sul, Wantuir Jacini, afirmou que “de boca está tudo resolvido, mas ele só será concluído quando o governador mandar a mensagem para a Assembleia Legislativa” Jacini que já havia dito anteriormente que estava lutando muito para que houvesse um desfecho favorável aos policiais, voltou a afirmar que os salários têm que ser condizentes com as funções, mas não podem ultrapassar os limites de gastos do orçamento.

“É preciso remunerar bem um policial. Se ele desempenha bem o seu serviço nas ruas, se arrisca a sua vida, tem que ter uma contrapartida à altura”, frisou. O governador tem agora o prazo de uma semana para enviar o projeto de aumento salarial dos policiais para apreciação e votação dos deputados estaduais. Puccinelli cedeu e autorizou o valor do piso do soldado em início de carreira em R$ 2,2 mil. Não há detalhes sobre a negociação com a Polícia Civil, mas Wantuir Jacini garantiu que ela também foi feita com êxito.