O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes acusou nesta terça-feira o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ser uma “central de divulgação de boatos”, que seriam usados para criar um clima de corrupção geral antes de a máxima corte começar a julgar o mensalão.
“Ele recebeu esse tipo de informação. Era gente que o subsidiou com esse tipo de informação e ele acreditou nela”, declarou o ministro.
O mensalão, que em 2005 levou à renúncia de vários ministros, entre eles José Dirceu, da Casa Civil, e Antônio Palocci, da Fazenda, os mais próximos de Lula na época, deverá ser julgado nos próximos meses pelo STF.
No total, serão julgadas 36 pessoas, entre ex-congressistas, ex-ministros, políticos, funcionários públicos e empresários.
Em abril, Lula e Mendes teriam se encontrado, e o ex-presidente oferecera “proteção” ao ministro, que poderia ter o nome citado na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira. Em troca, Lula queria uma posição favorável de Mendes para adiar até o ano que vem o julgamento sobre o mensalão.
“Claro que isso é uma armação para criar um clima de corrupção geral, era esse o objetivo”, ressaltou Mendes, que, segundo a imprensa, teria viajado a Berlim com as despesas custeadas pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Apesar de negar essa viagem em um dos aviões do empresário, o ministro admitiu que em duas ocasiões foi a Goiás em aviões fretados a convite do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO).