As exportações de produtos industrializados de Mato Grosso do Sul fecharam o 1º semestre deste ano com receita de US$ 1,27 bilhão, o que representa uma estabilização nas receitas na comparação com o mesmo período de 2011, conforme levantamento do Radar Industrial da Fiems com base nos dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Na prática, o resultado sinaliza uma ligeira queda de 0,9% em relação a janeiro a junho do ano passado, quando a receita chegou a US$ 1,28 bilhão.

Contudo, vale destacar que a performance mencionada se deu sobre uma forte base de comparação, pois, para se ter ideia, de janeiro a junho dos anos de 2009 e 2010 as receitas totais de exportação de industrializados foram de US$ 526,3 e US$ 866,6 milhões, respectivamente, indicando, deste modo, uma taxa média de crescimento da ordem 24,5% no período considerado. Na avaliação do presidente da Fiems, Sérgio Longen, essa estabilização nas exportações de industrializados é influenciada pela redução do preço médio dos produtos do Estado na comparação com 2011 e também pela queda no volume vendido ao exterior, em especial, do minério de ferro.

Ele acrescenta que o cenário incerto na Europa, a falta de robustez do crescimento americano e a desaceleração chinesa contribuem para um cenário menos otimista. “Os principais mercados têm comprado menos e o comércio internacional, de um modo geral, demonstrou-se menos intenso que em anos anteriores, com reflexos imediatos sobre o volume e preço de importantes mercadorias de nossa pauta de exportação. Apesar disso, devemos fechar o ano de 2012 com receita próxima a alcançada em 2011”, calculou.

O levantamento do Radar da Fiems ainda aponta que, quanto à participação nas exportações totais de Mato Grosso do Sul, o setor industrial representa 64,3% de tudo que foi vendido para o exterior no 1º semestre deste ano. Com uma receita equivalente a US$ 211,3 milhões, junho de 2012 registra, ao lado de igual mês no ano de 2010, o 2º melhor resultado já alcançado para o mês em toda a série histórica da exportação de industrializados de Mato Grosso do Sul, ficando atrás somente de junho de 2011, com US$ 270,6 milhões.

Com relação ao volume, as exportações de produtos industrializados no 1º semestre deste ano alcançaram 3,44 milhões de toneladas, indicando uma redução de 10,2% em relação à igual período de 2011, quando foi vendido ao exterior o equivalente a 3,83 milhões de toneladas de produtos industrializados. No mês de junho, a exportação de industrializados alcançou o equivalente a 729,1 mil de toneladas, representando, deste modo, também uma redução de 10,2%, em volume, sobre igual mês do ano anterior, quando as vendas externas somaram 812,1 mil toneladas.

Principais grupos

No ano, os principais grupos de industrializados que apresentaram crescimento nas exportações são “Óleos Vegetais Bruto e Refinado”, com alta de 60,2%, “Complexo Carne”, com elevação de 14%, “Couros e Peles”, com expansão de 11,6%, “Papel e Celulose”, com aumento de 9,2%, e “Açúcar e Álcool”, com acréscimo de 3,6%. No caso do grupo “Óleos Vegetais Bruto e Refinado”, a receita de exportação gerada de janeiro a junho de 2012 ficou em US$ 77,7 milhões contra US$ 48,5 milhões no mesmo período de 2011, tendo como principais compradores a China, com 54,8% ou US$ 42,6 milhões, a Índia, com 22,5% ou US$ 17,5 milhões, e o Irã, com 6,1% ou US$ 4,7 milhões.

Já o “Complexo Carne”, que é composto pelas carnes desossadas e congeladas de bovinos, carnes desossadas frescas ou refrigeradas de bovinos, bexigas e estômagos de animais, exceto peixes e tripas de bovinos, obteve receita de US$ 429,8 milhões no 1º semestre deste ano contra US$ 377 milhões no mesmo período de 2011, tendo como principais compradores a Rússia, com US$ 129,7 milhões ou 30,2%, Hong Kong, com US$ 49,6 milhões ou 11,5%, Japão, com US$ 35 milhões ou 8,2%, Arábia Saudita, com US$ 27,5 milhões ou 6,4%, China, com US$ 20,4 milhões ou 4,7%, e Chile, com US$ 18,7 milhões ou 4,3%.

No grupo “Couros e Peles”, a receita de exportação obtida em 2012 até o mês de junho foi de US$ 50,9 milhões contra US$ 45,58 milhões no mesmo período de 2011, tendo como tradicionais compradores a Itália e Taiwan, com participações sobre as receitas totais de 42,1% e 9,3%, respectivamente, proporcionando, na somatória, uma receita de US$ 14,8 milhões. O grupo “Papel e Celulose” teve como receita de exportação um total de US$ 247,91 milhões no 1º semestre de 2012 contra US$ 227,11 milhões no mesmo período de 2011, com destaque para a pasta química de madeira semibranqueada (celulose), que, até agora, registrou uma receita de exportação equivalente a US$ 221,5 milhões ou 89,3% da receita total do grupo.

Ainda em relação ao grupo, outro destaque foi observado nas vendas de papel fibra 150g/m² que somaram, até agora, o equivalente a US$ 24,8 milhões ou 10% do total, proporcionando, na mesma comparação, uma receita 30% maior. Por fim, os principais comparadores, até o momento, são China, com 28,8% ou US$ 71,3 milhões, Holanda, com 15,1% ou US$ 37,5 milhões, Itália com 13,1% ou US$ 32,4 milhões, e Reino Unido, com 10,5% ou US$ 26 milhões.

No caso do grupo “Açúcar e Álcool”, até o mês de junho, a receita de exportação alcançou o equivalente a US$ 231,5 milhões contra US$ 223,49 milhões no mesmo período de 2011. Em relação aos compradores, até o momento, os principais são a Nigéria, com US$ 42,2 milhões ou 18,2%, Rússia, com US$ 39,1 milhões ou 16,9%, Marrocos, com US$ 29 milhões ou 12,5%, e Bangladesh, com US$ 23,5 milhões ou 10,2%.