Entidade divulga nota de repúdio à Anvisa por lançar campanha de emagrecimento com apoio da Coca-Cola

A Frente pela Regulação da Publicidade de Alimentos (movimento que agrega entidades ligadas à saúde pública, aos direitos da criança e à defesa do consumidor) divulgou nesta quinta-feira (26) uma nota pública de repúdio à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) por abrigar e apoiar a campanha “Emagrece, Brasil”, que é patrocinada pela Coca-Cola. Diz […]

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A Frente pela Regulação da Publicidade de Alimentos (movimento que agrega entidades ligadas à saúde pública, aos direitos da criança e à defesa do consumidor) divulgou nesta quinta-feira (26) uma nota pública de repúdio à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) por abrigar e apoiar a campanha “Emagrece, Brasil”, que é patrocinada pela Coca-Cola.

Diz a nota: “Ao abrir suas portas para esta exposição e incluir na programação da 1ª Semana de Vigilância Sanitária, no Congresso Nacional, campanha cujo patrocínio exclusivo é de uma das maiores empresas de refrigerantes do mundo, a Anvisa adota práticas condenadas na área da saúde”.

Em alusão ao patrocínio da Coca-Cola, a nota diz que o fato configura “um flagrante conflito de interesses e descaso com os movimentos da sociedade civil alinhados à ética e à equidade da ação regulatória estatal no campo da alimentação e nutrição”.

A frente se refere à exposição “Emagrece, Brasil”, que foi inaugurada segunda-feira (23), na sede da Anvisa, em Brasília, onde ficará até 25 de maio. Segundo o site da agência, a exposição faz parte de ações organizadas pelas revistas Saúde e Boa Forma, que “alertam sobre os perigos do excesso de peso”.

A exposição, segundo o site oficial da Anvisa, integra a programação da 1ª Semana de Vigilância Sanitária no Congresso Nacional, em ações que teriam o apoio do Ministério da Saúde, Ministério da Educação e Ministério do Esporte. “Os efeitos danosos do consumo de refrigerantes sobre a saúde humana e, em particular, sobre o risco de obesidade são incontestáveis”, diz a nota.

“Igualmente conhecidas são as agressivas e abusivas estratégias de marketing utilizadas por empresas de refrigerantes, incluindo em particular aquela que, ironicamente, patrocina a campanha”, argumenta. Ainda segundo a nota, “a gravidade da epidemia mundial de obesidade e de outras doenças crônicas relacionadas à alimentação tem mobilizado governos nacionais e sociedade civil de diversos países na busca por soluções.

Uma delas, já reconhecida como necessária pela Organização Mundial de Saúde, é a necessidade urgente da aprovação de um código de ética que regule a atuação das empresas de alimentos e refrigerantes”.

Nas redes sociais, em fóruns de debates e grupos de discussões, dezenas de pesquisadores da área de saúde e nutrição que integram o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) têm se manifestado contrariamente a esta iniciativa, não só pelo patrocínio da Coca-Cola, mas também pelas ideias que a campanha defende.

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