A Embrapa Pantanal e parceiros desenvolvem projetos ligados à sustentabilidade da suinocultura no município de São Gabriel do Oeste, junto a produtores de suínos da cidade localizada a 130km da capital de Mato Grosso do Sul.

Os estudos realizados em uma Unidade Demonstrativa de Produção Intensiva Integrada Sustentável instalada em um lote no Assentamento Campanário por meio do projeto de pesquisa consistem na diversificação do sistema de produção utilizando biofertilizante, produzido a partir da biodigestão de dejetos das granjas. O que antes podia ser um problema ambiental foi convertido em lucro para o produtor e inclusão social. A prática vem aumentando ganhos de produtividade agropecuária com baixos custos energéticos e reduzido consumo de fertilizante mineral, seguindo as recomendações do Pisa: produção integrada de sistemas agropecuários.

A proposta passa pela implantação da chamada ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta), que vem sendo estimulada pela Embrapa e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) por meio do Pisa (Produção Integrada em Sistemas Agropecuários).

As pesquisas indicam que os resíduos biodigeridos dos suínos funcionam como fertilizantes nobres na ILPF/Pisa, bem como na recuperação de áreas degradadas, com ganhos de produtividade e redução de externalidades ambientais. Os produtores com biodigestores ainda podem gerar energia elétrica para consumo próprio e eventualmente obter renda a partir da venda do excedente de energia pela geração distribuída.

A reciclagem de nitrogênio e o uso de energia renovável (metano do biogás) em cadeias agropecuárias integradas podem reduzir substancialmente a contribuição humana para a mudança climática. Segundo o pesquisador da Embrapa responsável pela pesquisa, Ivan Bergier, o uso de água de chuva armazenada para a limpeza das granjas, e até mesmo para a irrigação, também prevê balanços favoráveis quanto ao uso dos recursos hídricos: “A sustentabilidade requer o uso de energia renovável e de insumos reciclados para substituir ao máximo o uso de combustíveis fósseis e fertilizantes químicos oriundos do petróleo, que ampliam em demasia a ‘pegada humana’ da agricultura”, explica Ivan.