O relógio apontava 8min58s de segundo tempo e o placar mostrava o Náutico em vantagem, neste domingo, no Morumbi. Ney Franco aciona Paulo Henrique Ganso, que corre imediatamente e começa a tirar o colete laranja que vestia. São só oito segundos até Luís Fabiano empatar de cabeça aos 9min6s. Primeiro veio o grito por Ganso, depois o grito de gol. Um espaço de tempo de só oito segundos. Uma sequência que os santistas que se acostumaram a assistir e que o São Paulo também espera ver muito a partir deste jogo em que venceu por 2 a 1, de virada.

Ganso deu sorte e qualidade ao São Paulo. Sorte antes de entrar, quando Luís Fabiano fez e ele pulou de alegria na beirada do gramado. Qualidade nos 37 minutos em que atuou pela primeira vez com a camisa tricolor e rapidamente mostrou por que estava ali. No período em que ficou em campo, o estreante da tarde foi o jogador mais acionado, com 27 toques na bola. Vestiu a número oito e não precisou ser apresentado para os 62.207 torcedores que protagonizaram o maior público do Brasileiro 2012 e nem para a equipe que garantiu vaga na Libertadores 2013.

Em um time que toca muito a bola na espera por um espaço para disparar em velocidade com Lucas, Osvaldo ou Luís Fabiano, Paulo Henrique Ganso pode ser o que faltava e mostrou isso já na estreia. Ao abrir caminho para Lucas chutar de fora da área, ao puxar contra-ataque e servir Osvaldo ou ao tabelar na ponta esquerda e receber na grande área para bater a gol. Ganso não foi brilhante na estreia, mas mostrou bem onde irá se encaixar. Pode ficar difícil para Jadson, que oscila grandes atuações com outras apagadas, como a desta tarde.

“Foi uma felicidade muito grande porque o pessoal lotou o estádio para isso (vencer) e a gente pode coroar. A vitória premia o nosso empenho no dia de hoje”, analisou Ganso. “Me senti super bem e o principal foi ajudar a equipe com uma vitória que vaga na pré-Libertadores. Até poderia aguentar os 90 minutos, mas foi uma decisão certa do Ney Franco porque eu voltava, entrei bem e dei a minha contribuição”, acrescentou.

Entre abraços, Rogério Ceni foi quem mais felicitou o novo candidato a ídolo em um time que já tem ele próprio, Luís Fabiano e Lucas. Ceni bateu no peito de Ganso ao fazer o gol da virada e, ao fim da partida, procurou para dar novo abraço. E fez grandes elogios: “essa estreia dele é um chamariz, um dos motivos para a presença maior. Jogador que faz diferença traz gente, vende camisa e movimento o mercado não só em 90 minutos”, disse.

Veja os números de Ganso no jogo

1 desarme

1 falta recebida

1 falta cometida

1 finalização

3 lançamentos certos e 1 errado

27 passes certos e nenhum errado

2 perdas de bola

46 segundos de posse de bola

3 passes para finalizações