Draghi apoia “comissário monetário” de Schaeuble-Spiegel

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, apoiou uma proposta do ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, de expandir radicalmente os poderes do encarregado de questões monetárias da União Europeia, dando a Bruxelas maior controle sobre os orçamentos dos países-membros. Em uma entrevista para a revista alemã Der Spiegel, publicada quatro dias depois […]

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O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, apoiou uma proposta do ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, de expandir radicalmente os poderes do encarregado de questões monetárias da União Europeia, dando a Bruxelas maior controle sobre os orçamentos dos países-membros.

Em uma entrevista para a revista alemã Der Spiegel, publicada quatro dias depois de ele ter defendido seu programa de compra de bônus na câmara baixa do Parlamento do país, Draghi também disse que não esperava que seu plano OMT (sigla para Outright Monetary Transactions – Transações Monetárias Diretas) custasse dinheiro ao contribuinte.

Schaeuble afirmou no início deste mês que a UE precisava de um comissário com poder sobre os orçamentos dos países-membros e uma reforma do processo decisório do Parlamento europeu, mudanças que, segundo ele, poderiam ajudar a amenizar a crise da dívida.

O comissário, uma expansão do papel atual do responsável monetário e de questões econômicas, deveria ter a autoridade de vetar orçamentos se eles descumprirem as regras de déficit, argumentou, instando uma reforma mais abrangente e uma maior integração europeia.

O apoio público de Draghi às propostas é um incentivo ao plano de Schaeuble, mas tal reforma exigiria mudanças aos tratados da UE, algo que necessitaria a aquiescência da Grã-Bretanha – que vem sendo cética sobre uma maior integração europeia -, a menos que um tratado separado da zona do euro fosse elaborado.

“Eu apoio esta proposta de forma explícita”, disse Draghi à revista Der Spiegel de domingo. “Estou certo de que se queremos restabelecer a confiança na zona do euro, os países devem passar parte de sua soberania para o nível europeu”, completou.

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