O dólar comercial fechou em alta em relação ao real pelo terceiro dia seguido. O mercado ficou de olho em uma possível atuação do Banco Central para rolar contratos de swap cambial que vencem no dia 1º de agosto, mas isso acabou não acontecendo até o fechamento do pregão desta terça-feira (31).

Pesou também a expectativa de mais ações de estímulos de bancos centrais espalhados pelo mundo.

A cotação do dólar comercial fechou em alta de 0,52%, a R$ 2,049 na venda. Em julho, a moeda norte-americana acumulou valorização de 1,95% sobre o real. Mesmo assim, no semestre, o dólar acumula ganhos de 9,66% ante o real.

Em junho a moeda tinha caído 0,38%, depois que o BC fez diversas atuações por meio de leilões de swap tradicional, operação que equivale a venda de dólares no mercado futuro.

Dólar deve ficar entre R$ 2 e R$ 2,10

“Ao longo do mês vimos basicamente a confirmação de que o dólar tende a ficar entre R$ 2 e no máximo R$ 2,10. Vai ser difícil ser rompido no curto prazo, apenas com oscilações diárias que podem ser atribuídas a fatores externos”, disse o estrategista-chefe do banco Credit Agricole, Vladmir Caramaschi.

Nos últimos dias, o mercado trabalhou sob a expectativa de que o BC pudesse rolar os contratos de swap cambial tradicional que vencem nesta quarta-feira, no valor de US$ 4,57 bilhões. Mas isso não ocorreu porque, na avaliação dos especialistas, não existe uma pressão maior sobre o dólar, cuja cotação está nos patamares desejados pela autoridade monetária.

O BC já deixou claro que não deseja o dólar abaixo de R$ 2. Quando a moeda chegou a ficar abaixo desse patamar, no início do mês, o diretor Política Monetária do BC, Aldo Mendes, declarou que a autoridade monetária poderia atuar comprando dólares no mercado futuro caso fosse necessário.

Isso porque, segundo ele, a moeda norte-americana abaixo de R$ 2 não era bom para a indústria. Desde então, o dólar não voltou a cair para menos desse piso.

O mercado acredita que o BC também não quer o dólar acima de R$ 2,10, já que quando a moeda chegou próximo a esse patamar, atuou com leilão de swap tradicional na maioria das vezes.

Para o estrategista-chefe, a tendência é que o dólar também possa continuar se mantendo dentro dessa banda informal imposta pelo BC, a não ser que ocorram eventos que levem a uma grande melhora ou piora externa. (Com informações da Reuters)