Em Ribas do Rio Pardo, os candidatos a prefeito José Domingues Ramos (PSDB), o Zé Cabelo e Roberson Luiz Moureira (PPS) afirmam que estão coligados com o PT e brigam na Justiça para provar isso. A confusão é resultado da divisão dos petistas na corrida pelo comando da prefeitura do município. De um lado, o grupo do senador Delcídio do Amaral prega aliança com o PPS e, de outro, a ala do ex-governador Zeca do PT defende parceria com os tucanos.

A coligação “Ribas com amor, rumo ao desenvolvimento” (PSDB, PDT, PMDB, , PT, PMN, PRB, PP e PC do B) tem ao seu lado a direção municipal do PT. Segundo a presidente local do partido, a advogada Glaucia Santana Hartelsberger, em convenção, realizada no dia 30 de junho, 16 dos 17 participantes votaram pelo apoio à candidatura de Zé Cabelo. “A convenção foi realizada e oficializada em cartório”, frisou a dirigente petista.

Por outro lado, o presidente regional da legenda, Marcus Garcia, alegou que “passou em branco” a convenção, garantindo à “instância superior”, no caso a direção regional, a decisão sobre o rumo do PT em Ribas do Rio Pardo. “Decidimos pela reedição da aliança com o atual prefeito”, informou. Dessa forma, o PPS também traz o PT na coligação “O trabalho é que faz a diferença” (PT, PTB, PSL, PTN, PSC, PR, PPS, PSDC, PRTB, PTC, PSB, PV, PRP, e PT do B).

Com base no parecer da direção regional, o atual prefeito, inclusive, recorreu à Justiça para retirar o PT da coligação do adversário. Ele, entretanto, acabou perdendo, segundo decisão assinada em 30 de julho pelo juiz Marcelo Guimarães Marques, da 32º zona eleitoral de Ribas do Rio Pardo.

“Julgo a coligação Ribas com amor, rumo ao desenvolvimento (PSDB, PDT, PMDB, DEM, PT, PMN, PRB, PP e PC do B), apta a participar das eleições municipais do corrente ano”, sentenciou o magistrado que, ainda, entendeu como ilegítima o pedido do atual prefeito, validando a convenção municipal realizada pelo PT em Ribas do Rio Pardo. “Trata-se de questão interna do partido que só seus membros podem questionar”, argumentou o juiz.

Mais disputa

A disputa, no entanto, não parou. Segundo Marcus Garcia, a coligação comandada pelo PPS já recorreu ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). “Foi juntada a ata da decisão do diretório nacional do PT, ratificando a reedição da aliança com o atual prefeito”, destacou. Indagado, então, sobre o motivo de a direção municipal não ter realizado a convenção, o presidente do PT não soube informar os detalhes. “Passou em branco”, resumiu.

Em resposta, a presidente municipal do PT afirmou que Marcus Garcia está “equivocado” e “sempre foi omisso quanto às deliberações do diretório municipal”. “Ele foi notificado e possui todos os dados da nossa decisão”, garantiu Glaucia. Para ela, o presidente municipal está a serviço de Delcídio e do Antônio Carlos Biffi (PT), que, segundo a dirigente, possuem acordo político com o prefeito Roberson.