A presidente estuda entregar o a um bloco formado por dois partidos: PTB e PSC. A pasta é ocupada pelo PDT, sigla dividida sobre o apoio ao governo.

Há diversos cotados no páreo, sendo o deputado Hugo Leal (PSC-RJ) um dos nomes mais fortes para a vaga, segundo avaliação de petistas.

A solução de repartir a pasta surgiu após o Palácio do Planalto constatar a dificuldade de manter o PDT unido na base aliada.

Setores da sigla flertam com o PSDB em São Paulo, sobretudo após o anúncio da candidatura do tucano José Serra à corrida na capital.

Ao mesmo tempo, a alternativa contemplaria legendas menores que, juntas, equivalem a uma bancada de médio porte na Câmara. Hoje, nem PTB nem PSC possuem cargos no primeiro escalão.

Além de Leal, os deputados Alex Canziani (PTB-PR), Nelson Marquezelli (PTB-SP) e Cadoca (PSC-PE) também figuram a lista da sucessão ministerial.

O PDT, ex-reduto de Dilma, comanda o Trabalho desde a gestão Lula. Acabou perdendo o então titular Carlos Lupi (PDT-RJ) no fim do ano passado após suspeitas de irregularidades o derrubarem do cargo.

De lá para cá, os líderes da sigla passaram a disputar a sucessão. De um lado, o deputado Paulo Pereira da Silva (SP) e o próprio Lupi. Do outro, Brizola Neto (RJ), hoje o pedetista mais ligado à presidente da República.

Dilma gostaria de ver o aliado no cargo, mas ele controla menos de 10 deputados na Câmara, o que dificulta sua indicação.

Esse racha interno inviabilizou a construção de um substituto imediatado para a pasta e vem motivando traições em votações caras ao Planalto no Legislativo.

O PDT, mais próximo do PSDB de José Serra em São Paulo que do PT, votou em peso esta semana contra a criação de um fundo de previdência complementar para os servidores públicos.

Num gesto de afronta captado pelo Executivo, também apresentou uma liminar na Justiça tentando evitar a aprovação do texto na Câmara. Isso ocorreu em um momento em que Dilma Rousseff buscava um pedetista de consenso para o Trabalho, azedando as negociações para a sucessão no ministério.