Os movimentos sociais da Cúpula dos Povos condenaram neste sábado as mortes de nove trabalhadores rurais ocorridas nesta sexta-feira no Paraguai em um tiroteio no qual também morreram seis policiais.

“Pedimos o fim do massacre, que não acabou. Ainda há companheiros escondidos que estão totalmente sitiados”, afirmou à agência EFE a ativista paraguaia Carla Álvarez Brítez, do grupo Coordenadoria de Organizações de Mulheres Trabalhadoras Rurais e Indígenas (Conamuri), filiado à Via Campesina.

Carla Álvarez assegurou que as autoridades paraguaias estão usando o fato para “justificar” a intervenção em outros assentamentos de trabalhadores sem-terra. “É muito grave, significa a criminalização da luta camponesa e a luta pela terra. O anúncio é duro, nos acusam de sermos os ”, comentou a ativista, que qualificou o tiroteio como “o pior massacre” ocorrido no país.

O tiroteio ocorreu durante uma operação de despejo em uma fazenda em Curuguaty, distrito de Ybyrá Pytá, a 380 km ao nordeste de Assunção. No também ficaram feridas 20 pessoas e foi detido um número ainda não confirmado de trabalhadores, segundo os últimos relatórios oficiais.

Segundo Carla Álvarez, os camponeses da região comentam que o número de mortos poderia elevar-se para 30 pessoas, mas assinalou que a informação que chega é “muito parcial”. A ativista afirmou que “a culpa do massacre é do modelo do agronegócio imposto no país”, mas “a mão executora” é da polícia, com a cumplicidade das empresas e dos três poderes.