Em um clássico dramático, que teve golaço de Ronaldinho Gaúcho e um gol aos 49 minutos, marcado por Matheus, Cruzeiro e Atlético-MG empataram em 2 a 2,  na noite deste domingo, no Independência. Sobrou tensão e emoção no clássico que voltou a ser disputado na capital mineira. A partida teve muitas alternativas. O time celeste começou na frente, o alvinegro mineiro virou, mas, quando a derrota parecia inevitável, na base da pressão, saiu a igualdade.

O jogo teve catimba, muitas faltas, poucos lances bonitos, três expulsões e polêmicas. No segundo tempo, a partida ficou interrompida por sete minutos, depois que torcedores providenciaram verdadeira chuva de água. Os cruzeirenses ficaram na bronca com a atuação do árbitro pernambucano Nielson Nogueira Dias, que chegou a pedir a policiais militares que prendessem pessoas ligadas ao clube celeste, na saída para o vestiário, no intervalo, o que não aconteceu. Um dos mais revoltados era o gerente de futebol Valdir Barbosa.

“Olha só o que é um árbitro, o cara dá entrevista criticando dirigente, já engoliu o Cruzeiro contra o São Paulo, no Parque do Sabiá e vem aqui dizer para a Polícia Militar prender gente do Cruzeiro”, afirmou Barbosa, em entrevista à Rádio Itatiaia. No segundo tempo, logo aos 7 min, Nielson Dias interrompeu o jogo, por causa de garrafas e copos de água atirados por torcedores. O trio solicitou proteção da Polícia Militar. O meia Montillo pediu aos torcedores que parassem com essa atitude.

Com cinco desfalques, como ressaltou o técnico Celso Roth, o Cruzeiro iniciou a partida com o zagueiro Léo improvisado na lateral direita, por causa do veto a Ceará. No ataque, Borges atuou, ao lado de Fabinho, já que Wellington Paulista cumpre suspensão. “Desfalque é normal, mas quem está no momento mágico é o Atlético”, afirmou Roth. Pelo lado atleticano, Danilinho, recuperado de lesão, voltou à equipe. “É a manutenção do time que vinha jogando, por isso optei pelo Danilinho”, explicou.

Aos 15 min, no entanto, Fabinho, surpresa de Roth, deixou o jogo, chorando, com entorse no joelho esquerdo. Ele foi substituído por Wallyson, que em seu primeiro toque na bola, aos 17 min, colocou o Cruzeiro à frente do marcador, aproveitando bem o cruzamento feito por Everton, pela esquerda. Com torcida exclusiva do time celeste, a festa foi grande no Estádio Independência.

O primeiro tempo foi muito disputado, mas sem muita qualidade técnica. Os dois times demonstravam vontade, especialmente o Cruzeiro, que correu muito em campo, fazendo o que o técnico Celso Roth pedira durante a semana: igualar o adversário na correria e determinação. Dessa forma, a partida era truncada e com forte marcação. O jovem volante Lucas Silva vigiava de perto a Ronaldinho gaúcho, que, assim, servia-se apenas das bolas paradas, mas não mostrava inspiração.

O Cruzeiro saiu à frente, com Wallyson, aos 17 min. O jogo seguiu truncado. Aos 35 min, houve um desentendimento generalizado entre os jogadores dos dois times. O problema começou com o zagueiro celeste Matheus e o meia-atacante atleticano Bernard, após dividida dura. Depois disso, houve empurra-empurra, controlado com dificuldade por Nielson Nogueira Dias, que deu cartão amarelo aos atletas que começaram a discussão. Um relógio foi atirado em campo e recolhido pela arbitragem.

O Atlético-MG, que pouco futebol havia mostrado, pressionou no final. Aos 42 min, Danilinho desperdiçou a primeira chance atleticana no 1º tempo, após cruzamento de Ronaldinho Gaúcho, quando mandou a bola para fora. Aos 48 min, Leonardo Silva empatou o jogo, em belo chute, após cobrança de escanteio. “A bola sobrou eu chuto para gol”, comemorou o zagueiro alvinegro. O fato de o árbitro ter dado quatro minutos de acréscimo revoltou os cruzeirenses.

Fábio foi até o árbitro para protestar. “O juiz deu quatro minutos, deu só um cartão amarelo para os caras”, reclamou o goleiro. Para Wallyson, o juiz atrapalhou. “Deu cartão amarelo para nossa equipe toda”, afirmou. Na etapa inicial, foram sete advertências, cinco para cruzeirenses e dois para atleticanos. Na saída do trio para o vestiário, houve tumulto com dirigentes celestes.

Mal a bola havia começado no segundo tempo e o jogo foi interrompido. Após discussão de Bernard e Leandro Guerreiro, a torcida celeste, única no estádio, atirou objetos em campo e o árbitro interrompeu a partida, alegando questões de segurança. Antes de recomeçar o jogo, depois que a Polícia Militar garantiu as condições necessárias, Nielson expulsou os dois jogadores envolvidos na discussão.

Com 10 atletas para cada lado, a partida ficou arrastada, com poucos lances de emoção. Ronaldinho criou poucas chances, desperdiçadas por seus companheiros, especialmente Guilherme, que substituiu a Danilinho. Já o Cruzeiro teve grande oportunidade com Borges, que foi bem defendida por Victor. Logo depois, Pierre fez falta em Montillo e foi expulso, deixando o Atlético-MG com nove jogadores. Na sequência, Ronaldinho fez grande jogada individual e o gol. O Cruzeiro pressionou e buscou o empate na raça, com Matheus, completando jogada de Montillo. Os atleticanos reclamaram muito de uma falta sobre Guilherme, que resultou no gol de empate.