Cinema d(e) Horror encerra a temporada 2012 com ‘Deus da Carnificina’

O projeto Cinema (d)e Horror, uma parceria entre a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), realiza a última edição de 2012 com a exibição do filme “Deus da Carnificina” nesta quarta-feira (28), às 18h30, na sala Rubens Corrêa, do Centro Cultural José […]

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O projeto Cinema (d)e Horror, uma parceria entre a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), realiza a última edição de 2012 com a exibição do filme “Deus da Carnificina” nesta quarta-feira (28), às 18h30, na sala Rubens Corrêa, do Centro Cultural José Octávio Guizzo, com entrada gratuita.

O filme “Deus da Carnificina” (2011/França-Espanha-Polônia-Alemanha/79min/14anos) do diretor de Roman Polanski, inspirado na peça francesa Le Dieu Du Carnage, de Yasmina Reza, conta a história de um garoto que empreende um ato de violência contra seu colega após uma discussão. Para tentar resolver o caso de forma séria, educada e tolerante, os pais das duas crianças se encontram de maneira informal para uma conversa. Contudo seus defeitos, corrupções e falhas de caráter acabam por derrocar as máscaras de bons cidadãos “burgueses” e transformam o encontro em um caos.

“A história inteira se passa dentro do apartamento dos pais da criança agredida, com exceção apenas da primeira, em que se passam os créditos iniciais, mostra o momento da briga dos garotos em um parque de Nova York. O interessante da cena inicial é que ela se desenvolve absolutamente em um plano geral, longe dos garotos, e tem como fundo uma trilha sonora leve com uma orquestração, assim como na última cena. Ironicamente, a música se contrasta com a ação de violência que se desenrola, explica André Benatti, acadêmico do mestrado de linguagens da UFMS e mediador dessa sessão.

“A narrativa se desenvolverá a partir dos diálogos e das ações pontuais dos atores, que são peça chave, fechados em um apartamento. Isso pode parecer inusitado a uma pessoa habituada apenas com a linguagem cinematográfica, já que essa fórmula narrativa vem do teatro”, conta André.

“Problemas ideológicos sobre ética, conflitos sócio-econômicos e de gênero, para finalmente o niilismo. O que divide esses conflitos é uma linha tênue que se desenha separando os personagens um do outro. O intrigante é que em muitos momentos os personagens Nancy e Alan, pais do garoto agressor, tentam sair do conflito indo embora do apartamento, no entanto alguma circunstância acaba sempre por fazê-los ficar, como se estivessem presos àquilo”, comenta o mediador.

“No ponto final fica o niilismo, que em um movimento inverso ao começo do filme, vemos um pequeno roedor em um plano próximo no qual a câmera vai se afastando e abrindo para um plano geral que mostra as crianças que causaram a briga, agora brincando como amigos novamente. Uma forma de dizer que, no fim, toda aquela discussão não significava nada”, finaliza André.

O Cinema d(e) Horror está em seu 5º ano, sendo administrado pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propp) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, através da professora doutora Rosana Cristina Zanelatto Santos, Carol Sartomen, mestra em Estudos de Linguagem pela UFMS e Rodrigo Kruppa, acadêmico do curso de Letras da UFMS.

Geralmente tem duas exibições mensais e conta com a participação de graduandos e mestrandos da área de Letras da UFMS ou convidados especiais para as exibições e debates de filmes que tratam da categoria “Horror” no plano das artes, contando também com a participação da sociedade campo-grandense.

Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 3317-1795 ou no Centro Cultural José Octávio Guizzo que fica localizado na rua 26 de Agosto, 453, entre as ruas Calógeras e a 14 de Julho.

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