A Câmara de Campo Grande realiza uma audiência pública na próxima quarta-feira (21), às 9 horas, para discutir a atual situação da Santa Casa. A audiência será comandada pela Comissão Especial para acompanhamento dos problemas da Santa Casa, composta pelos vereadores Dr. Loester (presidente), Athayde Nery (relator), Dr. Jamal, Thais Helena, Paulo Pedra e Alex do PT.

O vereador Alex explica que a audiência é para finalizar o trabalho de acompanhamento da Santa Casa, para fechar um diagnóstico sobre a situação do hospital, que está perto de passar a diretoria da junta interventora para os proprietários, a Associação Beneficente de Campo Grande (ABCG – Santa Casa).

Os vereadores convocaram para a audiência os secretários de Saúde do Estado e Município, Beatriz Dobashi e Leandro Mazina. Entre os assuntos a ser tratados estão o atraso no pagamento de médicos e a lista com inclusão de novos sócios na ABCG. “Queremos saber em que pé vai ser entregue a Santa Casa para a ABCG, qual o objetivo da lista e até onde vai toda esta movimentação. Para mim é uma situação atípica este tipo de atitude por meio do Poder Público. Levantar nomes em entidade privada, com estatuto. Isso que temos que discutir e apresentar ao Ministério Público”.

Recentemente, a secretaria de Estado de Saúde, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, publicou um edital para “atualizar” a lista de membros da ABCG, que substitui associados históricos por, em sua maioria, servidores públicos em cargos de comissão e pessoas ligadas ao governador André Puccinelli (PMDB) e ao prefeito Nelson Trad Filho (PMDB).

“Estão criando uma estrutura paralela, com indicações políticas, incluindo comissionados, para após a intervenção ditar as rédeas na Santa Casa. Os vereadores não podem admitir este tipo de comportamento autoritário, atropelando os limites do bom senso. Precisamos tirar tudo a limpo”, declarou Alex durante sessão na Câmara na última semana, quando disse que solicitaria a presença dos secretários.

A ABCG, que mantém a Santa Casa de Campo Grande desde a fundação do hospital, já preparou uma petição informando à Justiça sobre as irregularidades que diz ter encontrado no documento. A entidade aguarda o cancelamento do edital e cogita entrar com ação criminal contra os interventores.