Autoridades da Secretaria de Defesa Agropecuária do Brasil reuniram-se nesta quarta-feira (19) em Genebra, na sede da Organização Mundial do Comércio (OMC), para apresentar às representações diplomáticas de 25 países os procedimentos adotados no Brasil em relação ao caso atípico de vaca louca, informou o Ministério da Agricultura.

Segundo o ministério, a iniciativa visa evitar a imposição de novos embargos à carne bovina do Brasil, além dos seis países que já anunciaram restrições totais ou parciais ao produto brasileiro desde a confirmação da descoberta de animal com a proteína causadora da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB).

O ministério informou que o diretor de Saúde Animal, Guilherme Marques, apresentou a situação brasileira e mostrou os procedimentos adotados pelo Brasil, que estão em linha com os padrões sanitários mundiais.

Dentre os participantes, estavam representantes do Japão, Rússia, Austrália e Estados Unidos, informou a assessoria do ministério.

No início deste mês, o ministério divulgou nota afirmando que testes realizados em uma vaca morta no Paraná em 2010 indicaram a presença do agente causador da EEB, mas o governo ressaltou que o animal não morreu por causa da doença e que o Brasil não tem registro da doença.

Na ocasião, as autoridades brasileiras explicaram que a proteína chamada príon, encontrada no animal, pode ocorrer espontaneamente em bovinos mais velhos e pode ou não causar a doença.

Desde a confirmação do caso atípico, seis países já embargaram total ou parcialmente as compras de carne bovina do Brasil: Coreia do Sul, Arábia Saudita, Egito, Japão, África do Sul e China.

Dentre estes, o Egito é o mais importante importador, estando entre os cinco maiores, mas sua restrição vale apenas para carne paranaense, o que acaba limitando os impactos sobre as vendas do produto brasileiro neste caso.

A reunião em Genebra reflete a avaliação do mercado, de que os embargos se tratam mais de questões comerciais, uma vez que a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) reiterou a classificação do Brasil como “insignificante” para a vaca louca.

A Abiec, associação que representa os exportadores, informou anteriormente que o Brasil teria o direito de questionar embargos na OMC.