A Bovespa encerrou os negócios em leve alta nesta quarta-feira (1º), após um pregão com bastante instabilidade. Investidores estão à espera de que o Banco Central Europeu anuncie novas medidas de estímulo, depois que o Federal Reserve (banco central dos EUA) desapontou aqueles que aguardavam mudanças significativas em sua política monetária.
O Ibovespa (principal índice da Bovespa) fechou em alta de 0,35%, aos 56.291,93 pontos. O giro financeiro do pregão foi de R$ 5,98 bilhões. Veja ainda no UOL a cotação das ações e fechamentos anteriores da Bolsa.
O dólar fechou em leve queda ante o real neste pregão. A cotação do dólar comercial caiu 0,22%, a R$ 2,045 na venda.
Destaques da Bovespa
Entre as blue chips domésticas, a preferencial da Petrobras (PETR4.SA) subiu 1,64%, a R$ 19,82. A da Vale (VALE5.SA) teve alta de 0,41%, a R$ 36,55 reais. OGX (OGXP3.SA), a petroleira de Eike Batista, subiu 1,95%, a R$ 5,76.
O setor de construção subiu forte e também ajudou a sustentar o índice no campo positivo, com destaque para Rossi Residencial (RSID3.SA), que subiu 8,6%, a R$ 5,05.
Em sentido oposto, Oi despencou. A ordinária (OIBR3.SA) caiu 7,63%, a R$ 10,89, e a preferencial (OIBR4.SA) recuou 7,37%, a R$ 9,43. A empresa de telefonia teve queda de receita e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no segundo trimestre.
Fora do índice, Arezzo (ARZZ3.SA) avançou 2,58%, a R$ 33. A rede de vestuário registrou lucro líquido de R$ 25,76 milhões no segundo trimestre, crescimento de 7,2% sobre o mesmo período do ano passado.
Mercado decepcionado com BC dos EUA e à espera do europeu
“O mercado esperava que o Fed anunciasse alguma medida positiva de estímulo à economia, mas ele não falou nada novo”, disse Ariovaldo Santos, gerente de renda variável da H.Commcor.
O Federal Reserve informou nesta tarde que a recuperação econômica dos EUA perdeu fôlego, mas não o suficiente para que ofereça novos estímulos monetários –embora tenha indicado a possibilidade de mais compras de títulos.
“O movimento hoje é praticamente só giro. Todo mundo está cauteloso à espera de que se tenha alguma definição lá fora, com a reunião do BCE [Banco Central europeu] amanhã”, acrescentou Santos.
O BCE se reúne uma semana após o presidente da instituição, Mario Draghi, ter dito que fará o necessário para salvar o euro, alimentando especulações de que o BCE poderá anunciar a compra de títulos da Espanha e Itália.
“Draghi terá que anunciar algo, porque ele falou muito. Se ele não fizer isso, o mercado vai cair bastante”, disse Marcello Paixão, sócio da Principia Capital Management em São Paulo.
Bolsas internacionais
Em Wall Street, o índice Dow Jones fechou em queda de 0,25%, enquanto o S&P 500 caiu 0,29%.
As ações europeias fecharam com ganhos modestos, com baixo volume, enquanto investidores aguardam para ver se autoridades anunciarão medidas concretas de apoio à zona do euro.
Os mercados tiveram fortes ralis recentemente após comentários de autoridades europeias, incluindo do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, o que elevou expectativas de que o banco anunciará medidas para reduzir o custo dos empréstimos das endividadas Espanha e Itália assim que a autoridade monetária realizar sua reunião na quinta-feira.
Em Londres, o índice Financial Times fechou com alta de 1,38%, a 5.712 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX perdeu 0,26%, para 6.754 pontos. Em Paris, o índice CAC-40 teve alta de 0,91%, a 3.321 pontos.
As ações asiáticas caíram nesta quarta-feira, ao passo que dados do setor industrial da China abalaram a confiança do investidor e com diminuição das esperanças de ações de estímulo corajosos esta semana pelo Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, e pelo Banco Central Europeu (BCE) para apoiar as frágeis economias.
Os dados destacaram como a segunda maior economia do mundo está perdendo força, e seguiu-se a sinais de desaceleração do crescimento asiático, com os grandes exportadores Japão, Coreia do Sul e Taiwan reportando piora do estresse econômico na terça-feira.
O índice Nikkei do Japão recuou 0,61%, depois de ceder mais de 1% mais cedo. (Com informações da Reuters)