Encerrado nesta sexta-feira, 26, o XVII Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas (CABAS), realizado em Bonito atraiu cerca 800 participantes entre pesquisadores, profissionais de ciências da terra e estudantes universitários que vieram de vários estados do Brasil e também do exterior, onde acompanharam a apresentação e discussão de mais de 80 temas que abordaram o presente e o futuro do Brasil em relação ao desenvolvimento que tem como protagonista a água subterrânea. A próxima edição do CABAS será realizada em 2014, Belo Horizonte e Campinas estão na disputa para sediar o congresso.

Economia – o impacto positivo do evento não se restringe apenas a aspectos socioambientais e de legislação, a economia de Mato Grosso do Sul e, sobretudo, a de Bonito recebeu um aporte de cerca de R$ 1 milhão durante os quatro dias de evento, distribuídos entre mais de quatro mil diárias de hotéis e pousadas, cerca de 10 mil refeições, além de 2,5 mil vouchers de passeios turísticos. O Evento também prestigiou fornecedores locais que representaram 80% dos serviços prestados e gerou 280 de empregos diretos.

Balanço – para o organizador do evento e conselheiro da Associação Brasileira de Águas Subterrâneas (ABAS), Gustavo Alves Silva, o Congresso em Bonito foi marcado pelo avanço na diversidade de assuntos abordados. O uso sustentável e responsável das águas subterrâneas foi o tema com o maior número de trabalhos técnicos apresentados. “Temos que ressaltar também que trazer o evento para um local onde a água é o arcabouço do desenvolvimento, a partir do turismo, mostra para todo o Brasil o quão indutor esse recurso é para o desenvolvimento”, completou.

O evento que simultaneamente agregou a VII Feira Nacional de Água – FENÁGUA e o XVIII Encontro de Perfuradores de Poços ocupou uma área de 4,5 mil metros quadrados do Centro de Convenções de Bonitos, com mais de 50 estandes que apresentaram as novidades em produtos e serviços para o setor.

O casal de estudantes de engenharia ambiental Jéssica Linhares e Fábio Federico enfrentou 18 horas de viagem de Ji-Paraná, onde moram, para chegar em Bonito e participar do evento. Mesmo com o cansaço e o custo, para eles valeu a pena participar do evento.

“A gente se surpreendeu com a organização do evento e o conteúdo científico serviu para abrir nossos horizontes em relação à própria profissão. Para nós, universitários, é muito importante conhecer e descobrir novas áreas, por isso, sempre procuramos participar de eventos como este”, declara Jéssica endossada por Fábio.

Inovação – Desenvolvida na Índia, testada nos desertos da Arábia e bem recebida no nordeste brasileiro a bomba de poço movida a energia solar é uma solução eficiente para levar água subterrânea até a superfície, em propriedades rurais onde não há concessão de energia elétrica.

A tecnologia é da empresa C.R.I Bombas que foi desenvolvida para sanar um problema local na índia e hoje é exportada para 80 países, incluindo o Brasil. “Lá temos poucos rios e a disponibilidade de água superficial potável é menor ainda, por isso, criamos esse produto que se adapta a qualquer lugar e qualquer necessidade, uma vez que com a composição de painéis fotovoltaicos é possível bombear água para abastecer desde uma casa, até fazer irrigação de plantação”, explica o gerente de filial, Vijay.

O custo pode chegar a até quatro vezes mais em relação a bomba movida a energia elétrica, porém, a proposta não é competir, mas sim propor viabilidade de água em situações específicas. Já a longo prazo, o custo pode ser amortizado, uma vez que com essa tecnologia não haverá consumo de energia como outras bombas que utilizam diesel ou mesmo energia elétrica.

A empresa esteve presente em todas as sete edições da Feira Nacional de Águas – FENÁGUA. O mercado está tão aquecido para o setor que Vijay já confirmou presença da empresa na próxima edição do evento que será realizado em 2014.