A bolsa espanhola chegou a operar em queda de 5,5% nesta segunda-feira, atingindo os mesmos níveis de 2003, em cerca de 5.900 pontos. As dúvidas sobre se a Espanha finalmente terá que pedir um resgate total para a União Europeia foram negadas novamente pelo ministro da economia, Luis de Guindos.
A taxa de risco da Espanha disparou até os 640 pontos básicos, depois que o rendimento do bônus espanhol a dez anos alcançou taxa de 7,537% pela primeira vez na história no mercado secundário de dívida. Isto representa 30 pontos básicos mais que no fim da última sessão e 118 acima do da Itália, que era de 522 pontos.
O ágio que os investidores exigem pela compra de dívida soberana espanhola frente à alemã aumentou depois que o rendimento do bônus alemão a dez anos ficou em 1,135%. A confiança dos investidores na Espanha veio abaixo nos últimos dias depois que três regiões – Catalunha, Múrcia e Castela-La Mancha – informaram que estão estudando as condições do fundo de liquidez projetado pelo governo para as comunidades autônomas, ao qual até o momento só Valência pediu ajuda oficialmente.
O pedido de assistência financeira da comunidade de Valência na última sexta-feira provocou temores de que houvesse descontrole nas contas de outras regiões e arrastou o índice da bolsa espanhola que caiu quase 6%. No fim de semana, a cidade de Múrcia também confirmou que estava pensando em entrar para o fundo de liquidez do governo, mas negou relatos de que havia tomado uma decisão firme.
A economia espanhola, que entrou em recessão no primeiro trimestre do ano, caiu 0,4% no segundo, diminuindo com um ritmo “mais intenso” entre abril e junho do que nos dois trimestres anteriores, segundo as estimativas divulgadas nesta segunda-feira pelo Banco da Espanha. A atividade econômica foi 0,4% inferior em relação ao primeiro trimestre de 2012, no qual o Produto Interno Bruto (PIB) já havia caído 0,3%. Segundo as previsões do governo, a economia espanhola contrairá 1,5% em 2012.