O trabalho junto a 60 crianças e adolescentes foi premiado na modalidade Práticas Inovadoras da Gestão Municipal

Levantamento feito por profissionais de diversas áreas da saúde apontou que aproximadamente 40% das crianças e adolescentes com idade entre cinco e 14 anos, passam por problemas relacionados à obesidade. Devido a este fator, uma equipe multiprofissional da área da saúde realiza há três anos, práticas de forma a combater a obesidade infantil. Conforme o IBGE, 40% da população do Brasil está acima do peso.

O trabalho desenvolvido pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) junto a 60 crianças e adolescentes foi premiado na modalidade Práticas Inovadoras da Gestão Municipal. As crianças atendidas pelo programa são encaminhadas após receberem atendimento na Rede Municipal de Saúde.

Conforme a nutricionista Nathalie Schwager, coordenadora do projeto realizado no Centro de Especialidades Infantil, o programa envolve nutricionista, endocrinologista infantil, psicólogo, enfermeiro, profissional de educação física, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e odontólogo.

“O trabalho conta com o suporte psicológico às crianças e procura realizar a mudança de hábitos, inclusive da família, com respeito à reeducação alimentar, para que hábitos saudáveis sejam incorporados.”.

Nathalie reforça que o trabalho preventivo é a melhor forma de se criar hábitos saudáveis. Ela conta que crianças magras também sofrem pela má alimentação, seja por comer muito, porém de forma errada, seja por se recusarem a comer. “Temos casos em que um irmão possui sobrepeso e o outro é muito magro, por má alimentação”

“O sobre peso e a obesidade atingem cerca de 35 a 40% das crianças da Rede Municipal de Ensino em Campo Grande. Durante as atividades, feitas com a criança e a família, os especialistas do projeto explicam sobre como proceder de forma a melhorar a qualidade de vida.”.

O programa existe há três anos e realiza o acompanhamento anual da criança. O grupo se reúne uma vez por mês e na tarde desta terça-feira, foi realizada uma reunião com as crianças e seus familiares.

Maria de Lourdes, avó de Thaila, de cinco anos, conta que quando sua neta chega da escola tem muita vontade de comer alguma coisa, pois é ansiosa, e como forma de amenizar, seguindo a recomendação dos profissionais, procura tomar algumas providências para que a menina não coma muito.

“Procuro diminuir a ansiedade dela fazendo com que tome um banho, por exemplo, ou alguma outra atividade relaxante.”.

IBGE

A Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), no ano de 2008-2009, realizada pelo IBGE em parceria com o Ministério da Saúde, veio constatar tal fato, apontando que 40% da população brasileira estão acima do peso.

Um dado preocupante é que entre crianças de 5 a 9 anos essa porcentagem também é alta. O IBGE revela que 36,6% das crianças brasileiras estão acima do peso. Os índices de obesidade também estão num patamar elevado, crescendo muito nos últimos 35 anos. Em 1974, apenas 1,4% das crianças eram obesas, saltando para 16,6% em 2009. Verificou-se, ainda, o seguinte padrão: há mais crianças obesas nas localidades urbanas e na região sudeste do Brasil.

Em relação à população adolescente, os índices de excesso de peso e obesidade também cresceram, porém em ritmo mais lento. Se em 1974, 0,4% eram obesos, em 2009 essa porcentagem subiu para 5,9%. Verificou-se uma predominância de obesidade nos adolescentes com maior poder aquisitivo, havendo uma distribuição espacial dessas pessoas semelhante em todas as regiões brasileiras. Constatou-se, ainda, que o sobrepeso aumentou mais entre os adolescentes do sexo masculino do que do feminino.

Prêmio

Na sexta-feira (30), a partir das 8h, os coordenadores do programa serão premiados na 8ª edição do Prêmio sul-mato-grossense de Gestão Pública, na modalidade Práticas inovadoras da gestão municipal.

O evento será realizado na Governadoria, no Parque dos Poderes.