Após as duas maiores economias da América do Sul concordarem em virar a página a respeito de uma série de disputas comerciais, as exportações brasileiras à Argentina começaram a dar sinais de recuperação em julho.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, as exportações do país à Argentina atingiram uma média de US$ 72,4 milhões por dia útil durante as três primeiras semanas de julho, valor 10,4% acima da média no mesmo período em junho.

A secretária de Comércio Exterior do Brasil, Tatiana Prazeres, se reuniu nesta segunda-feira em Brasília com sua colega argentina, Beatriz Paglieri, para monitorar o fluxo comercial entre os países.

Prazeres disse que os resultados foram positivos e que espera que o fluxo comercial “apresente um crescimento nos próximos meses”, segundo nota divulgada pelo Ministério.

“As coisas estão se normalizando”, disse uma fonte do Ministério em Brasília que não quis se identificar. “O inventário de produtos barrados nas aduanas está reduzindo. As coisas estão fluindo. Existe boa vontade da parte da Argentina para normalizar o fluxo comercial”.

O intercâmbio comercial entre Brasil e Argentina foi de US$ 39,684 bilhões em 2011, com um saldo de US$ 5,803 bilhões favorável ao Brasil.

BARREIRAS COMERCIAIS

As exportações à Argentina, terceiro maior parceiro comercial do Brasil (após China e Estados Unidos), recuaram 34% em junho ante 2011 após Buenos Aires impor barreiras às importações para deter a redução do superávit comercial e esfriar a demanda de dólares ao país.

O Brasil respondeu eliminando as licenças automáticas para dezenas de produtos, como maçãs, batatas e vinhos, o que reduziu em 30% as exportações argentinas ao país no mesmo período.

Ambos os países acordaram uma trégua ainda em junhom durante cúpula do Mercosul na cidade de Mendoza, na Argentina.